Bem vindo

bandeira-portugal-imagem-animada-0007 bandeira-mocambique-imagem-animada-0006

Livros da guerra colonial

Miandica terra do outro mundo


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

FUZILEIROS ESPECIAIS NO NORTE DE MOÇAMBIQUE - NIASSA - MOÇAMBIQUE. OPERAÇÃO ANTARES

 
Entre 23 e 26 de Março de 1967, o Destacamento de Fuzileiros Especiais 8 levou a cabo a Operação Antares. Participaram dois grupos de combate - o 2º, so segundo - tenente Ferreira Serra, e o 3º. do segundo - tenente Raúl Patrício Leitão - sob o comando de Ferreira Serra, imediato do Destacamento.

Operação Antares

Objectivo da Operação Antares; "Nomadizar a área da baía de Chigowa com os seguintes limites; a norte, o rio Melindano, a leste a picada para Olivença; a sul, o rio Cóbué; e a oeste, o Lago Niassa.
O grupo de combate a sair primeiro deverá operar para sul de Chicane, onde se suspeita que exista uma base de passagem e apoio para os indivíduos que se deslocam à Ilha de Likoma (Malawi), tentando ao mesmo tempo descobrir o caminho até à margem do Lago,donde partem as casquinhas (pirogas). O grupo de combate a sair em segundo lugar deverá bater a faixa a norte de Chicane e, sobretudo, as nascentes do rio Melindano, onde em tempos foi destruída a base de Ngofi; deverá também bater as nascentes do rio Magache, por onde passa uma das penetrantes d infiltração para sul, segundo informações"
O 3º grupo de combate, comandado pelo segundo-tenente Raúl Patrício Leitão , acabou por atacar uma base da FRELIMO - onde decorria uma importante reunião dos comandantes da guerrilha na região do Niassa. Eis a descrição do ataque de acordo com o relatório elaborado por Patrício Leitão;  Fornecidos pela administração, seguiram connosco dois carregadores da povoação de Ngoo e um cipaio que, infelizmente, falava mal o português e tinha apenas um muito vago conhecimento da região.

Segundo-Tenente Patrício Leitão, Primeiro-Tenente Pereira Bastos,
Orlando Cristina e Segundo - Tenente Ferreira Serra (da esqª para a Dirª)
"O 3º grupo de combate (do segundo-tenente Patrício Leitão) embarcou em Cóbué na Lanche de de Desembarque Pequena 204, às 04h00 do dia 23 de Março e largou com rumo à baía de Chigowa (...). O desembarque veio a efectuar-se na zona de Chitege cerca das 05h30.
"Progredimos perpendicularmente à margem do Lago durante quase duas horas, ao fim das quais encontrámos uma picada bem vincada   na qual se resolveu fazer uma emboscada. Como não se visse qualquer vantagem em prolongar o tempo da emboscada e, por outro lado, a missão atribuída indicava que me deveria deslocar mais para sul e interior, largámos do local (...) Ao cabo de pouco tempo foram detectados dois rapazes que avançavam pela picada ao nosso encontro; rapidamente emboscámos e, à sua passagem, agarrámos-los de surpresa (...) O cipaio traduziu mal tanto o que eu perguntava aos rapazes como o que eles respondiam. Apercebi-me que estava perto de uma base com cerca de 6 inimigos armados e muita população civil. Fui também informado que havia armadilhas à volta do acampamento e que havia uma sentinela que rendia ao meio dia. Resolvi avançar para o objectivo tentando lá chegar à hora da rendição da sentinela (...) já perto do acampamento os rapazes indicaram-nos o local onde se encontrava uma armadilha, a qual estava extraordinariamente bem situada, de tal modo que haveria muitas probabilidades de cair nela se os miúdos não seguissem connosco. Comecei então a ouvir vozes e até cantos (...) Havia um acampamento de população à direita e o acampamento militar à esquerda, ambos metidos no fundo do profundo vale que se desenhava transversalmente à nossa frente, todo ele ensombrado denso arvoredo (...)

ORLANDO CRIATINA
"A fim de poder actuar com o pouco pessoal de que dispunha com a máxima eficiência, deixámos os equipamentos no local guardados pelo enfermeiro, telegrafista e apontador de morteiro (...) Duas equipas (10 homens) avançaram em linha sobre a povoação civil enquanto o comandante do grupo com restante pessoal (10 homens) avançaram também em linha para a base militar. A descida foi de cerca de 200 metros e de tal modo se actuou com a surpresa  que rompemos fogo à queima-roupa a cerca de 10 metros dos primeiros inimigos. O ataque pelos dois grupos foi quase simultâneo e tivemos que dar a ilusão de que éramos mais pois logo de início nos apercebemos de que o nosso efectivo era era inferior ao do inimigo.
"Gritando, lançando granadas e perseguindo tenazmente o inimigo, lançamos-nos a explorar ao máximo o efeito surpresa alcançado inicialmente. O inimigo debandou em todas as direcções à medida que os nossos os perseguiam e abatiam. A maior parte dos mortos foi feita logo no início (...) Houve cenas de bravura e de intrepidez da parte de todo o pessoal que só vêm confirmar a boa preparação dos fuzileiros especiais (...) A pouco e pouco começaram a ser capturadas armas ao inimigo que íamos abatendo, assim como documentos. Não havia muito tempo a perder para recolher tudo, mas foi revistado todo o acampamento e capturado todo o material importante. De assinalar  a existência de muito material de saúde numa das palhotas.
"O acampamento militar era do tipo quartel, com sete habitações colectivas, e o civil tinha cerca de 40 casas, estando os dois dispostos ao logo de um rio seco e separados cerca de 100 metros.

FOTO20













 20~~~21
22-24







Sem comentários:

Enviar um comentário

Páginas

Páginas

Armamento e comunicações

Clique em play-in memories dos camaradas falecidos.