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Livros da guerra colonial

Miandica terra do outro mundo


segunda-feira, 30 de julho de 2018

LUNHO, DEPOIS DA CCAÇ 1558

domingo, 12 de novembro de 2017


LUNHO, DEPOIS DA CCAÇ 1558


CLIKA NA IMAGEM  PARA OUVIRES O VÍDEO 
1ª Companhia do Batalhão Caçadores 16




A 1ª Companhia do Batalhão de Caçadores 16, oriunda dacidade da Beira, era uma Companhia do recrutamento m
moçambicano. Era uma companhia multirracial. 
Na Companhia destacavam-se o Alferes Carvalho "100", autor do célebre HINO do Lunho, e o famoso Adriano Bigone, na época 2º sargento e, mais tarde como Tenente comandou os GE 101, em Nova Coimbra.
Chegou a Nova Coimbra (Mevchuma) em Junho de 1967, com a missão de fazer segurança à 2ª Companhia de Engenharia de Moçambique que estava a construir a Picada Nova Coimbra--Lunho e o quartel do Lunho.
De Novembro de 1967 até Maio de 1968, permaneceu no Lunho.
Chegou a Nova Coimbra (Mechumua) em Junho de 1967, com a missão de fazer segurança à 2ª Companhia de Engenharia de Moçambique que estava a construir a Picada Nova Coimbra--Lunho e o quartel do Lunho.
De Novembro de 1967 até Maio de 1968, permaneceu no Lunho.

Companhia de Artilharia 2325 do Batalhão Artilharia 2838

A Companhia de Artilharia 2325, comandada pelo Capitão de Artilharia, Rui Dias de  Jesus, embarcou para Moçambique a 31 de Janeiro de 1968
Desembarcou em Nacala. Foi colocada no Cóbué (Lago Niassa). Destacou 1 (um) Pelotão para Miandica, até 3 de Abril de 1968.
A 8 de Maio de 1968, guarnecendo Cóbué com 1 Pelotão, foi transferida para o Lunho.
De Fevereiro de 1968 a a Maio de 1969, executou entre outras, as operações: "Lobo Esperto", (Região da "Base Nexive"), "Lobo Boémio" (vale do Rio Lunho), "Lobo Bravo 1", (Picada Nova Coimbra-Lunho), "Lobo Pirata" (Vale do Rio Mecondesse) e " Lobos é Mato" (Montes Lijombos". Tomou parte nas operações "Lobos Pioneiros" e "Lobos Arremetem"


A CAPELA DOS BIDÕES
Por: Padre José Rabaça Gaspar


Capelão do BART 2838

Para quem não sabe, o Lunho, um rio, fica lá no fim do mundo. Lago Niassa, Nova Coimbra (Mevchuma)...Isolados, vigiados pelos montes Lijombos e Chissindo, são 24 Kms de Picada entre Nova Coimbra e o Lunho, que são intermináveis. Cada Km com a sua história de minas, de de gritos de mortes. Aquela Picada cheira a trotil e a destruição. De quando em quando há a carcaça de uma viatura que apodrece. Foi uma emboscada, um rebentamento.Uma viatura que se atascou.
A parada do Lunho, ali mesmo al lado das barracas de latão, estava atravancada de destroços. Havia muito a fazer, mas os que tinham vindo de Miandica a 5 de Abril de 1968, queriam um lugar para Nossa Senhora de Miandica, que os tinha protegido no dia de um ataque sangrento 
2/12/1967. O furriel Amadeu do 4º Pelotão
da CCAÇ 1558, na inauguração do nicho
de Nossa Senhora de Miandica

Um dia... Numa conversa, na cantina, nasceu a ideias de fazer um a Capela.. Mas não queríamos uma CAPELA qualquer, queríamos uma que nos enraizasse no ambiente e na vida.
O desenho nasceu nas costas de um envelope. Então era preciso lançar mão daquilo que havia e o pessoal da mecânica e das oficinas, com os mais devotos e os que queriam um LUGAR para rezar e homenagear a NOSSA SENHORA DE MIANDICA, lançaram mãos à obra. Então, nasceu, primeiro uma TORRE de BIDONS, com um NICHO em cima para a NOSSA SENHORA DE MIANDICA. Depois bidões a toda a volta dos bidons, com um NICHO em cima para a SENHORA DE MIANDICA. Depois bidons a toda a volta a formar um rectângulo. Depois as panelas das viaturas moldaram a estrutura e as placas de zinco fizeram o telhado. Com as sobras das pranchas que moldaram a estrutura, deixaram na frontaria a servir de porta, a forma de uma CRUZ. Quiseram levar "a guerra toda" para a capela para purificar e restaurar.


Para fazer descer bênçãos de PAZ neste pedaço do seu reino onde impera a GUERRA. Ao fundo a servir de clarabóia e vitral, um grande pneu rebentado ficou no centro com uma cruz regular.. Duas grandes panelas de tubo de escape e duas juntas destroçadas fizeram de castiçais, dignos de uma Catedral.
Aquela Capela improvisada, nascida do engenho e devoção daqueles soldados isolados, ali perdidos no meio do mato, passou a ser o centro daquele aquartelamento onse só reinava o temor e o medo.
A primeira MISSA no LUNHO foi em Maio de 1968, numa das casernas semi enterradas, que ainda estava meio desocupada.


A partir da construção deste ESPAÇO SAGRADO, era ali que se celebravam quando ia o CAPELÃO e ali se rezava todas as noites e se lia o Evangelho. Uma porta de Berliet furada de tiros assente muma jante de tubo fizeram o ALTAR. Uma grade velha, uma jante cortada e apoiada em ferros que eram usados para picar a estrada e detectar as minas eram a ESTANTE donde se proclamava a PALAVRA de DEUS. A clarabóia das traseiras, qual vitral abre-se para o MATO...Para a estrada...Para a pista...Donde podia vir o socorro...Os mantimentos...Ou os ataques inesperados e a morte.

A imagem de Nossa Senhora de Miandica, foi pedida em Novembro de 1967 ao Movimento Nacional Feminino de Vila Cabral, pelo Alferes Monteiro, comandante do 4º Pelotão da CCAÇ 1558 do BCAÇ 1891.
Depois de vários pedidos via rádio Companhia, ao Batalhão e ao Comando do Sector "A" em Vila Cabral, para o envio com carácter de urgência de mantimentos, correio, e tabaco, o Alferes Monteiro resolveu pedir ao MNF de Vila Cabral  para enviar para Miandica a imagem de Nossa Senhora de Fátima, que Rogasse por Nós, os residentes naquela localidade.
De imediato o pedido foi atendido e com a imagem vieram os mantimentos, o tabaco e o correio.

Miandica, Novembro de 1967
De pé, os Furrieis Amadeu e Júlio
Sentados o Alferes Monteiro e o Furriel Matos do 4º Pelotão da CCAÇ 1558
Aquela CAPELA DOS BIDÕES foi, para nós, para os que por lá passaram, um SINAl DE PAZ...e ficou na memória de todos como a mais bela das Catedrais que temos visitado por esse muno fora.

Companhia de Artilharia 2496 do Batalhão de Artilharia 2869



A Companhia de Artilharia 2496, comandada pelo Capitão de Artilharia, José Manuel Soares Barbosa, embarcou para Moçambique a 12 de Abril de 1969.
Desembarcou em Nacala. Foi colocada no Lunho, rendeu  A CART 2325 do BART. 2838.Destacou 1 (um) Pelotão para o Cóbué..
De Maio de 1969 a Março de 1970, executou, entre outras, as operações: "Impala Agrária", "Impala Furiosa", "Impala Salta", "Impala Calma" (vale do rio Lunho) e "Impala Direita" (vale do rio Mecondere). Tomou parte das operações "Impala Grande" e "Impala Habilidosa".
Em março de 1970 foi rendida pela CCAÇ 2663 do BCAÇ 2906.

A 23 de Julho de 1970 morreram em combate 2 Soldados da CART. 2496

Companhia de Caçadores 2663 do Batalhão de Caçadores 2906


A Companhia de Caçadores 2663, comandada pelo Capitão de Infantaria , Firmino Luís Ferreira Augusto, embarcou para Moçambique a 4 de Fevereiro de 1970.
Desembarcou em Nacala, seguindo para o Lunho, onde rendeu  A CART 2496 do BART. 2869. Destacou 1 (um) Pelotão para o Cóbué..
De 1 de Agosto a 21 de Dezembro de 1970, esteve empenhada na protecção Á 2ª CENGª/ Agrupamento de Engenharia de Moçambique, em trabalhos de recuperação no itenerário Nova Coimbra-Lunho-Chissindo e no melhoramento da pista de aterragem do Lunho.
De Março de 1970 a Agosto de 1971, executou as operações: "Cabrito Valente", (entre os vales dos rios Lumbualo e Unga", "Cavalo Azul" (nascente do rio Licudjo), "Falcão" (Mecuela), "Trovoada 58" (vale do rio Mepotxe, "Acorda" (Montes Lijombos", "Adesivo" (Angioé) e "Alvo" (região da "Base Luibo"). Tomou parte nas operações "Canguru", "Diadema", "Ágata", "Jaguar", "JaguarIII" e "Neolítica".
O Capitão Augusto a levantar uma mina, na picada Nova Coimbra- Lunho 

A 10 de Maio de 1971, a 2ª CENGª, instalou-se novamente no Lunho, hipotecando de novo a ca 2663 na sua protecção e limitando-lhe a restante actividade operacional.
Em Agosto de 1971 foi rendida no Lunho, pela CCAÇ 3392 do BCAÇ 2880

A 30 de Março de 1970 morre em combate 1 Soldado da CART. 2663
A 7 de Maio de 1970 morre em combate 1 Furriel  da CART 2663
A 12 de Outubro de 1970 morre em combate 1 Soldado da CART. 2663

Companhia de Caçadores 3392 do Batalhão de Caçadores 3850


A Companhia de Caçadores 3392, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria , Manuel Lucas R. Lapa, embarcou para Moçambique a 17 de Julho de 1971.
Desembarcou em Nacala, seguindo para o Lunho, onde rendeu  A CCAÇ 2663 do BCAÇ 2906.
A partir de Janeiro de 1972, recebeu o reforço, de um pelotão da CART 3504 sedeada em Meponda.

Por: Amadeu Carvalho
Furriel Milº de Armamento

Tínhamos acabado de chegar ao Niassa, a 12 de Agosto de 1971, "Chekinhas" de todo.
Ficou a CCS em Metangula e as Companhias 3393 e 3392 foram para Nova Coimbra e Lunho respectivamente.
Por motivos pouco abonatórios para o Major que deu a ordem o Pelotão de Reconhecimento da CCS foi render no Lunho um pelotão da CCAÇ 3392.
No famoso dia 23 de Agosto de 1971, na Messe de Oficiais e Sargentos, comemorava-se o nascimento do filho do 1ºSargento Jesus e a noite foi de farra!!!
Nessa noite o pessoal de serviço era todo da CCS e uma das sentinelas era o Miraldo. De olhos arregalados perscrutava a escuridão do mato. O Lunho não permitia descuidos, só a sua fama era suficiente para despertar o mais sonolento soldado.
Entre a meia noite e a uma da manhã, o Miraldo que, juntamente com o Barbeiro e o Carvalho, se encontrava de sentinela, começou a ver ao longe, na direcção do rio Lunho, uma luzes a movimentar-se.
Estas luzes apareciam e desapareciam por trás dos arbustos, tornando-se assim, intermitentes. Alertou os camaradas e com a HK21, que havia naquele posto, fez alguns disparos na direcção das luzes. Estes disparos, efectuados tiro a tiro sem que houvesse qualquer resposta alertaram o pessoal e não tardou que aparecesse o Capitão Lapa e o Furriel Martins, da CCS, para averiguarem a razão dos mesmos. Informado do avistamento das luzes o capitão Lapa deduziu tratar-se de pirilampos e quase repreendeu o Miraldo por ter disparado.
O Miraldo não muito convencido, continuou a fazer a sua vigia concentrando a sua atenção na direcção das luzes que tinha visto.
Perto das três da manhã as luzes voltaram a aparecer mas desta vez já muito próximas da 2ªCENGª de Moçambique e, além das luzes, conseguiu vislumbrar também alguns vultos. Não, não havia dúvidas, não eram pirilampos, andava por ali alguém e este alguém apenas podiam ser guerrilheiros da Frelimo. Alerta os camaradas e com a HK21 começa a fazer fogo de rajada na direcção dos vultos e luzes. Do meio do mato responderam com as Kalashnikov em direcção ao quartel.
No silêncio da noite aqueles disparos ecoaram como trovões. O pessoal que dormia acordou sem se aperceber bem do que se passava. Apressadamente pegaram nas armas e, muitos ainda meio despidos, correram para os abrigos onde foram engrossar o terrível trovão do tiroteio. No meio deste barulho informal mas sobrepondo-se-lhe ouviu-se uma formidável explosão, - A nova ponte do Lunho acabava de ir pelos ares.

Aspecto da destruição da nova ponte do Lunho
Ainda não tinham chegado todos aos abrigos quando começam a cair algumas do lado de fora outras dentro do quartel, bombas de armas pesadas.
Embora perto  nenhuma acertou nos alvos mas continuavam a cair mais perto. O tiroteio aumentava e distinguia-se perfeitamente os disparos das G3, das Kalashnikov e das armas pesadas quese encontravam nas guaritas.
O "Tigre", um soldado negro, apontador de morteiro, instala a sua arma e começa a ripostar com morteiradas na direcção em que lhe parecia estarem colocadas as armas pesadas dos guerrilheiros. Segundo se dizia na época, o "Tigre", chegava a colocar no ar 10 granadas de morteiro antes que a primeira rebentasse. Quando a primeira caía seguia-se uma cadência impressionante de morteiradas. Para além da cadência o "Tigre" foi de uma felicidade extrema pois passado pouco tempo deixaram de se ouvir as bombas das armas pesadas da Frelimo.
Tudo isto não durou mais que uma hora mas foi, sem dúvida, a hora mais comprida da vida de quantos a viveram.
Foi feita uma verificação geral e  concluiu-se que não havia feridos da nossa parte. Com a chegada do dia e o silêncio instalado começaram, finalmente a bater mais devagar os corações daqueles bravos soldados que, apesar da falta de experiência deram uma prova de enorme coragem e valor. Tinham ganho a primeira batalha das suas vidas e pelas suas vidas.
Numa inspecção mais pormenorizada verificaram-se muitas paredes do quartel com estilhaços das granadas das armas pesadas e alguns estragos de material mas nada de muita monta. Feita a verificação no exterior viram-se muitos rastos de sangue.
Conclui-se depois que o ataque tinha sido planeado ao pormenor, da seguinte forma:
--Para os lados do Chissindo, sobranceiro ao vale onde se encontrava o quartel, os guerrilheiros tinham instalado três armas pesadas, dois obuses e um canhão sem recuo, dirigindo-as para os pontos estratégicos. Estas armas foram colocadas durante o dia e direccionadas com todo o cuidado;
--O ataque seria despoletado pelas armas pesadas estando já colocados no terreno os guerrilheiros que após os primeiros rebentamentos apanhariam, de surpresa, os nossos soldados a sair das casernas em direcção aos abrigos.

Quartel do Lunho
A acção destinava-se mesmo a tomar o quartel do Lunho ou, pelo menos, causar elevados danos. Foi o caso da ponte que era a menina dos olhos dos militares portugueses residentes no Lunho e, constituiu por si só um forte revés.
Veio a saber-se mais tarde que naquele ataque foram mortos cinco guerrilheiros e dois vieram a morrer em função dos ferimentos sofridos. Também no sítio onde estiveram montadas as armas pesadas se vieram a verificar muitos rastos de sangue. O "Tigre" acertou em cheio!

Este texto baseia-se nos relatos que ouvi directamente dos intervenientes da CCS, neste ataque.
Por. Amadeu Carvalho 

Companhia de Caçadores 4141


A Companhia de Caçadores 4141, comandada pelo Capitão Miliciano, António Jorge Freire Cardoso, embarcou de avião com destino a Moçambique a 12 de Novembro de 1972.
Desembarcou na Beira no dia seguinte. Seguiu via aérea em dois escalões para Nova Freixo  (Cuamba) e daqui via férrea pa Vila Cabral (Lichinga). Foi colocada no Lunho onde rendeu a CCAÇ 3392 do BCAÇ 3850.
Em 22 de Dezembro de 1972 foi recompleta com 41 praças do recrutamento de Moçambique. 
A partir de 31 de Março de 1973, deu protecção aos trabalhos da 2ªCENGª, na reparação da pista de avião do Lunho e da picada Lunho-Chissindo.
De 28 de Maio de 1973 a 20 de Dezembro do mesmo ano, teve o efectivo totalmente empenhada na operação "Intervalo", que consistia na segurança aos trabalhos da referida CENGª, na abertura da picada Lunho - Miandica, detectando e destruindo muitos engenhos explosivos.
Em 25 de Julho de 1973 e em 12 de Outubro de 1973 recebeu um pelotão de reforço, respectivamente da 3ª CCAÇ  do BCAÇ 5011 e da 1ª CCAV do BCAV 8420.
Guarneceu a partir a partir de 20 de Dezembro, Miandica, com dois pelotões.
Efectuou nomadizações e patrulhamentos nas zonas do Lunho, Miandica, Cóbué, montes Lijombo, e Chissindo, vales dos rios Chilassange, Luile, Lundo, Lucambo, e nascente do Mecondece, nomeadamente as operações "Jogral", "Jamelão", "Jaguadi", "Jarro", "Jacana", "Jaborande", "Fumarola 5", "Rombo 2 a 5" e "Moca 1,3 e 6".
Em Março de 1974 foi rendida pela CART.. 7260


Por: Bernardino Peixoto
Soldado Corneteiro

No dia 29 de Janeiro de 1973, realizou-se uma operação a nível de Companhia à Base de Mepotxe. Seguimos em direcção ao rio com o mesmo nome, onde o Capitão António Cardoso ordenou uma pausa para escolher qual o grupo de combate iria fazer o assalto ao acampamento. Foi escalado o 2º Pelotão.
O Pelotão avançou em direcção à base. O trilho por onde seguíamos tinha uma inclinação muito grande e um guerrilheiro da Frelimo deu pela nossa presença. Depois de denunciados avançámos com rapidez para o assalto. Depois de uma breve troca de tiros os guerrilheiros fugiram. Foram apreendidos documentos, destruídas cerca de 30 palhotas. No regresso fomos bombardeados com granadas de morteiro, até junto ao restante pessoal da companhia que estava no rio Mepotxe.
No regresso além de um forte ataque dos homens da Frelimo, fomos atacados por um enxame de abelhas em que se viram envolvidos o comandante da Companhia e o soldado António Varandas que teve de ser evacuado para Vila Cabral.
No dia 15 de Fevereiro cerca das 14h, peguei na G3 e dirigi-me ao posto de sentinela levando comigo um revista para ler, ajudava a passar as duas horas que iria estar naquele posto de sentinela. De repente, olho para o fundo da pista de aviação, vejo um vulto a aproximar-se e fiquei alertado. Peguei na G3 e não mais desviei o olhar do vulto que se estava a aproximar. Já muito perto, verifiquei que era um guerrilheiro da Frelimo que se vinha render. Trazia a sua arma e tinha os seus braçós em cima da cabeça. Corri para ele, e o guerrilheiro sem qualquer reacção entregou-me a arma abraçou-me, chamando-me de irmão. Fiquei comovido e com carinho fui entregá-lo ao Comando. O guerrilheiro chamava-se Samuel.
Em Maio de 1973, chegou ao Lunho a primeira parte da 2ª CENGª de Moçambique com a sua maquinaria. O restante pessoal e material chegaram a 29 e 30 do mesmo mês.
A CCAÇ 4141 de imediato suspendeu todas as operações para fazer a protecção à 2ª CENGª.
A Operação "Intervalo" tem por finalidade a~construção de uma picada do Lunho para Miandica e aqui reconstruir um novo aquartelamento.
Um grupo de guerrilheiros, atacou uma viatura da 4141 sem consequências. A viatura retomou a marcha e o pessoal detectou uma mina anti-carro.
Durante o trabalho de reconstrução do aquartelamento de Miandica, guerrilheiros atacaram-nos e mais uma vez sem consequências. Foram capturadas um espingarda automática, uma mina anti-pessoal 7 porta-granadas de canhão sem recuo.
De regresso ao Lunho uma Berliet da 4141 accionou uma mina anti-carro, a viatura ficou parcialmente destruída e os seus ocupantes sofreram ferimentos ligeiros.

Companhia de Artilharia 7260

A Companhia de Artilharia 7260, comandada pelo Capitão Miliciano, Leopoldo Alberto Cardoso Salavisa, embarcou de avião com destino a Moçambique a 13 de Março de 1974.
Desembarcou na Beira no dia seguinte. Seguiu via aérea para Nampula e daqui por via férrea para Vila Cabral (Lichinga). Foi colocada no Lunho onde rendeu a CCAÇ 4141.
Efectuou entre outras, as operações: "Arremetida 6,7 e 8", "Irónea 1 a 8", "Comprovar 4 a 9", e "Poli 1 a 6", nas regiões do Lunho, Fugué, Luile, Lundo, Tulo, Lucambo e Lutiche e picada Lunho-- Chissindo e Lunho--Miandica.

Nova Coimbra. O capitão Salaviza a negociar a Paz com a FRELIMO
Em 20 de Julho de 1974, instalou-se em Nova Coimbra (Mechumua), rendendo a 2ª CCAV do BCAV. 8420..

FIM

terça-feira, 24 de julho de 2018

NOVA COIMBRA (MICHUMUA); DEPOIS DA CCAÇ 1558. DE 1967 a 1974.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017


NOVA COIMBRA (MICHUMUA; DEPOIS DA CCAÇ 1558. DE 1967 a 1974.

Companhia Caçadores 1558 do Batalhão de Caçadores 1891
A CCAÇ 1558, integrada no Batalhão de caçadores 1891, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria, Daniel Pereira Delgado, embarcou para Moçambique a 30 de Abril de 1966. Desembarcou em Nacala. Colocada na Zambézia no Ile-Errêgo, rendeu a CCAÇ1503. Destacou 1 Pelotão para Namarrói. Durante o mês de Maio de 1966, reforçou a CCS com 1 Pelotão.
De Maio de 1966 a Março de 1967, a actividade operacional, consistiu principalmente em patrulhamentos e contactos com a população em acção educativa e assistência medicamentosa.
Em Março de 1967, permutou com a CCAV 1506 em Nova Coimbra (MICHUMUA)
(). Guarneceu com 1 Pelotão os destacamentos de Messumba e de Miandica. Recebeu o reforço de 1 Pelotão da CCAÇ 1558
Lembrança de alguns mortos da CCAÇ 1558
De Março de 1967 a Fevereiro de 1968, efectuou entre outras, as operações "Experiência" (na região a Norte de Messumba), "Pente Fino" (entre Nova Coimbra e Maniamba), "Limpeza I e II" e "Mãos Dadas" (vale do rio Lunho), "Segundo Leão" (entre os rios Lunho, Namango e Lutiche), "Maconde" região da "Base Lijombos") e "Rumo Velho" (região da "Base Namatumba"). Participou nas operações "Marretada", "Caravana I" e "Caravana II".
Em Fevereiro de 1968 foi rendida em Nova Coimbra, pela CART. 2324 do BART. 2838 e transferida para o Alto Molócué onde rendeu a CCAV 1507 do BCAV 1879. Cedeu 2 Pelotões de apoio à CCS no Gurué. 
De 11 de Maio a 29 de Julho de 1968, actuou na região de Nova Viseu, como força de intervenção, do comando do Sector "A" (Vila Cabral).
Foi rendida no Alto Molócué e Agosto de 1968, pela CCAÇ 1793 do BCAÇ 1934

A OPERAÇÃO "MACODES"


A OPERAÇÃO "MACONDES"


Corria o dia 22 de Agosto de 1967 e ao fim da tarde recebemos ordens para nos prepararmos para mais uma operação a partir de Nova Coimbra, província do Niassa- Moçambique.
Ao escurecer lá iniciámos a caminhada à procura do tal aquartelamento da Frelimo a que chamámos dos "Macondes".
Foi-nos pedido pelo capitão que fizéssemos o mínimo de ruído possível, já que para o bom êxito  da operação seria a surpresa a principal condição. A primeira etapa , foi o quartel do Lunho, onde descansámos debaixo de chuva torrencial.Fomos convidados a usar as casernas militares lá instaladas, que recusámos, pois nas camas os percevejos eram mais que muitos. Quem escreve esta narração, com os companheiros:...o Palma, o Constantino e o Paulino, fomos procurar um local onde nos instalássemos. Quando o achámos lá nos  deitamos cada um,  em cima de seis tijolos para a agua que chovia pudesse escorrer por baixo de nós. Passados que foram cerca de duas ou três horas, foi dado a ordem para retomarmos a caminhada até ao objectivo. Chegados lá, ainda escurecia, um dos nativos que fazia parte dos carregadores que transportavam o material radio, foi chamado ao capitão, para informar onde estavam  as armadilhas que estavam instaladas à volta do acampamento. Depois de detectadas e desarmadas , esperámos mais algum tempo para fazer o ataque. Quando começou a clarear o  capitão deu ordens para se formar dois flancos em V  e uma secção de assalto, comandada pelo próprio capitão.
A ordem de fogo seria:... quando ele lançasse a primeira granada e assim foi. Eu que estava na linha da secção de assalto, mais três ou quatro africanos, e quando se dá o rebentamento da primeira granada , começámos nós a ser fuzilados por muito fogo e alguns rebentamentos. Comecei logo a ouvir gritos de feridos e dois dos africanos que estavam comigo também foram  feridos. Gritei para que se deitassem por detrás das árvores e eu já estendido no chão não percebia de onde é que poderia vir tanto fogo. Levantei a cabeça e rodei o pescoço para o lado esquerdo,para perceber o fogo.Quando olhei de novo para a frente, senti uma cacetada na cabeça e pensei ser algum fragmento de pedra ou madeira projectado pelas balas que silvavam sobre nós. O capitão dá ordem para cessar o fogo e é quando se ouvem mais pedidos de ajuda  dos já numerosos  feridos.Foi o resultado da fuzilaria sobre nós. Quando me levantei do chão, já o sangue me  escorria pelo corpo abaixo.Então ouvi o capitão sussurrar  para o alferes P..... o Alvalade está arrumado. Mas, não estava, ainda fiz a mensagem (Zulu), a pedir a evacuação dos feridos e fui na ultima leva dos dois helicópteros que nos levaram para o hospital de Vila Cabral.Ás vezes ainda penso,que tive a sorte talvez, de se o único soldado na guerra de Moçambique que levou um tiro na cabeça e voltou vivo para a Metrópole.Mas  levei mais de um mês , e ao acordar durante a noite, a primeira coisa que fazia   era desviar a cabeça para o lado, a  tentar-me desviar do tiro.
Da nossa estadia em Vila Cabral por sermos feridos, um dia fomos (confrontados eu e o Palma) numa rua de Vila Cabral, com o comandante de Sector e o seu ajudante,  a uma distância razoável, por nós não lhe batermos a continência nos mandou chamar. O homem alterado faz-nos um sermão e sempre  dizendo, que tinha-mos o direito de conhecer o nosso comandante de Sector. Ao que nós respondemos...se o senhor andasse por os locais , onde arranjámos estes ferimentos (mostrei-lhe o penso da ferida na cabeça) nós de certeza que o conhecíamos. O homem ainda lamuriou, mas  mandou-nos embora. E nessa noite, mesmo ferido comecei a fazer reforços.Mas quando descobri que  não estava na lista de chamada ao recolher  da noite, comecei a baldar-me quando me apetecia e acabaram-se os reforços. E isto durou  mais de um mês, já que o ferimento deu para arranjar os dentes e tratar de todas as   doenças que inventei.
Passados alguns meses fomos fazer outra vez a mesma operação à tal base dos Macondeblues. Se calhar para confirmar se já estava activa. Já perto do objectivo o capitão perguntou-nos a mim e ao Palma se valia a pena irmos ao objectivo, o que nós respondemos que sim. Ficámos com a impressão que nos estava a pôr à prova já que fomos os dois feridos na anterior operação, no mesmo local !......

A 22 de Maio de 1967 morreu em combate 1 soldado da CCAÇ 1558
A 25 de Fevereiro de 1968 morreu em combate 1 soldado da CCAÇ 1558
Esta Companhia por acidente com armadilha morreu 1 Furriel
Esta Companhia por acidente de viação morreram 1 Furriel e 1 Soldado

Companhia Artilharia 2324 do Batalhão de Artilharia 2838

A CCART, 2324, integrada no BART. 2838, comandada pelo Capitão de Artilharia João Manuel Machado Montalvão dos Santos Silva , embarcou em Lisboa com destino a Moçambique no dia 31 de Janeiro de 1968.
Desembarcou em NACALA  e foi colocada em NOVA COIMBRA (MICHUMUA), onde rendeu a CCAÇ 1558 do BCAÇ 1891.
Guarneceu com uma secção o destacamento de MESSUMBA.
A 24 de Fevereiro de 1968, a CART.2324 saiu de Metangula para Nova Coimbra onde chegou ás 11h. Mais tarde um Grupo de Combate (+) da CCART 2325 vindo do Cóbué, chegou a Metangula. Depois de receber as instruções e procedimentos este GC saiu às 16H com destino a Nova Coimbra. No dia 25, juntou-se-lhe uma secção da 1558 e partiram com destino a Miandica onde chegaram sem qualquer incidente às 16H15. Às 17H, um numeroso grupo inimigo desencadeou um fortíssimo ataque com morteiro de 82mm e armas automáticas do qual resultou a morte do soldado António Fernandes, da CCAÇ 1558.
MIANDICA, pessoal da CCAÇ 1558. O Fernandes de caneca na mão.
Após este ataque foram  muitos os que disseram que quem os salvou foi a Nossa Senhora de Miandica , cuja imagem tinha lá sido colocada em Novembro de 1967 pelo 1º Pelotão da 1558 e no seu pedestal estava escrito: Nossa Senhora de Miandica, Rezai Por Nós.
 Após este ataque onde pela primeira vez a Frelimo utilizou armamento pesado, presume-se que com canhões de 120mm. O Comando do Sector temendo um forte ataque àquele pequeno destacamento e do qual a nossa pequena força não tinha meios humanos e materiais para o suster, resolveu por bem abandonar o destacamento a 3 de Abril.
No abandono alguém resolveu levar a Imagem da Santa para o quartel do Lunho e partir daqui vamos relatar a crónica do Padre  José Rabaça Gaspar Capelão do BART 2838.
Armas capturadas pela CART 2324

A CART 2324, de Fevereiro de 1968 a Março de 1969, executou, entre outras, as operações "Lobo Forte", "Lobo Branco", "Lobo Esfomeado", "Lobo Bronzeado" e "Lobo sem Loba".
Tomou parte nas operações "Lobo Arremete" e "Cavalo Preto".
Em Maio de 1969 foi rendida em Nova Coimbra pela CART. 2497 do BART. 2869
A CART 2324, de Fevereiro de 1968 a Março de 1969, executou, entre outras, as operações "Lobo Forte", "Lobo Branco", "Lobo Esfomeado", "Lobo Bronzeado" e "Lobo sem Loba".
Tomou parte nas operações "Lobo Arremete" e "Cavalo Preto".
Em Maio de 1969 foi rendida em Nova Coimbra pela CART. 2497 do BART. 2869

CART 2497 do BCART 2869


A CCART, 2497, integrada no BART. 2869, comandada pelo Capitão de Artilharia João Pedro da Ponte e Silva Marques, embarcou em Lisboa com destino a Moçambique no dia 12 de Abril de 1969.
Desembarcou em NACALA  e foi colocada em NOVA COIMBRA (MICHUMUA), onde rendeu a CART. 2324 do BART 2838
Guarneceu com 1 Pelotão os destacamentos de MESSUMBA e de CHIUAIA

De Maio de 1969 a Abril de 1970, executou, entre outras, as operações "Impala Contente", "Impala Risonha". "Impala Orgulhosa", (no vale do rio Lunho) ; "Impala Cuidadosa", (vale do rio Lucambo) e "Impala Boémia" (no vale do rio Luchamando). Tomou parte nas operações "Impala Grande" e "Impala Habilidosa".
Em data imprecisa de 1969, a FRELIMO atacou em simultâneo o aquartelamento e o aldeamento de Nova Coimbra, utilizando morteiros, lança-granadas-foguees e armas automáticas, tendo espalhado panfletos de propaganda
Em Março de 1970 foi rendida em Nova Coimbra pela CCAÇ 2662 do BCAÇ 2906.
COMPANHIA CAÇADORES 2662 do Batalhão Caçadores 2906

A CCAÇ. 2662 integrada no Batalhão de Caçadores 2906, comandada pelo Capitão Infantaria Joaquim Júlio Monteiro, embarcou com destino a Moçambique a 4 de Fevereiro de 1970
Desembarcou em Nacala e foi colocada em Nova Coimbra (MICHUMUA) no Niassa. onde rendeu a CART 2497 do BART. 2869.
Recebeu o reforço de um Pelotão da CCAÇ 2450 de  Outubro a Dezembro de 1970, rendido por um da CCAÇ 2551/BCAÇ 2880 até Abril de 1971. Guarneceu com um pelotão o destacamento de Messumba. De 18 de Setembro a 30 de Outubro de 1970, esteve empenhada, na protecção à 2ª CENGª/Agrupamento Engenharia de Moçambique, em trabalhos de reparação do itenerário Nova Coimbra-Lunho-Chissindo.
De Março a Novembro de 1970, efectuou várias operações, designadamente: "Leão Machambeiro) no (vale do rio Lunho), "Leão Adolescente" (Necomborera), "Lagarto Altivo" (vale do rio Lutiche), e Zip-Zip (Malolo). Tomou parte nas operações "Canguru", "Diadema" e "Ágata".
De Novembro de 1970 a 2 de Abril de 1971, esteve sedeada em Vila Cabral, na situação de intervenção do Sector A, ficando em Nova Coimbra, o pelotão recebido de reforço.
Regressou a Nova Coimbra e à subordinação do Batalhão.
De Abril a Agosto de 1971, executou, entre outras, operações: "Almofariz" (entre os  rios Cóbué, Naxiue e Mecondece) e "Alcobaça" (região da "Base Chissindo). Tomou parte nas operações: "Jaguar", "Jaguar III" e "Neolítica".
Em Agosto de 1971 foi rendida em Nova Coimbra pela CCAÇ 3393(BCAÇ 3850. 

A 11 de Outubro de 1970 morreu em combate 1 soldado da CCAÇ 2662

COMPANHIA DE CAÇADORES 2623 do  BCAÇ. 2895


A CCAÇ. 2623 integrada no Batalhão de Caçadores 2895, comandada pelo Capitão Infantaria Francisco do Carmo Medeiros de Almeida e mais tarde pelo Cap. Infª Angelo Coelho do Amaral e pelo Cap. Milº Infª António Burnay Bastos, embarcou com destino a Moçambique a 31 de  Outubro de 1969
Desembarcou em Nacala e foi colocada em Malapísia no Niassa. 
A 10 de Setembro de 1970, com a transferência do batalhão para Furacungo, passou a constituir força de intervenção no comando do Sector "A" em Vila Cabral, montando base em Nova Coimbra (MICHUMUA) e no Lunho.
Participou nas operações:"Diadema" e "Ágata".
Em Abril de 1971 regressou a Messangulo

A 23 de Junho de 1970. morreu em combate 1 soldado da CCAÇ 2623

COMPANHIA DE CAÇADORES 3393 DO BATALHÃO DE CAÇADORES 3850

A CCAÇ.3393 integrada no Batalhão de Caçadores 3850, comandada pelo Capitão Infantaria José Eduardo Salomão Mascarenhas e mais tarde pelo Cap. Milº Infª José Martins de Carvalho, embarcou com destino a Moçambique a 17 de Julho de 1971.
Desembarcou em Nacala e foi colocada em Nova Coimbra (MICHUMUA)  no Niassa, onde rendeu a CCAÇ 2662/BCAÇ 2906.
Executou entre outras, as operações: "Nervo", "Acaju", "Algema", "Apode", "Arcabus", Jibóia IV" e "Arraias 11", em zonas não especificadas. Tomou parte nas operações: "Jagodes", "Jaguar 10", "Alcatrão" e "Jibóia 6".
A 30 de Maio de 1972 foi transferida, por troca com a CCAÇ 3468 de Nova Coimbra para Messangulo.

TEXTO E FOTOS DE LUIS H.MARTINHO, FURRIEL SAPADOR DA CCS DO BCAÇ 3850

A CCS do BCAÇ 3850, esteve em Metangula de Agosto de 1971 a Março de 1973.
Estava nos planos uma futura mudança da CCS para Nova Coimbra (MICHUMUA). Este aquartelamento não tinha condições para receber tanta tropa. Havia que construir mais casernas e uma casa de banho decente, seguindo as plantas desenhadas em Lisboa.
A CCS do BCAÇ 2906, iniciou este projecto antes da nossa chegada. De nós, um pequeno grupo de Sapadores, foi incumbido de tal, alternando-se mensalmente os furriéis Sapadores António Dias Monge e Luis H. Martinho. Quatro ajudantes civis também faziam parte da equipa.
As casernas
As casernas eram feitas de chapas metálicas, pré-cortadas, assentes numa base de cimento. As casas de banho, era mais complicadas, eram feitas de blocos de cimento. A fossa foi cavada à força de trotil. Esta foi inaugurada por alturas do Natal de 1972.
Uma outra tarefa nossa foi armadilhar todos  os pontões por alturas do 25 de Setembro de 1972, dia da FRELIMO. Por esta altura armadilhei todos os pontões entre Nova Coimbra e o Lunho. Uma vez passada a época, havia que desarmadilhá-los. Este processo deixava-me bastante tenso, pois o inimigo entretanto poderia ter armadilhado as nossas armadilhas.
E finalmente raiou um glorioso dia de Março de 1973, dia que deixámos tudo para trás
De Agosto de1971 a Março de 1973, Nova Coimbra foi atacada seis vezes, das quais cinco estive presente.Três durante a permanência da CCAÇ 3393 re as restantes com a CCAÇ 3468.
Nova Coimbra, não estava tão isolada como o Lunho, mas não estava esquecida da Frelimo
Morteiro de 80mm que caiu sobre o paiol.

COMPANHIA DE CAÇADORES 3468 DO BATALHÃO CAÇADORES 3866
A CCAÇ.3468 integrada no Batalhão de Caçadores 3866, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria António Vasco Baptista Burnay Bastos e mais tarde pelo Cap. QEO, Manuel Martins Barros, embarcou com destino a Moçambique a 6 de Outubro de 1971.
Desembarcou na Beira e a CCS do Batalhão foi colocada em Furancungo no distrito de Tete. À chegada foi-lhe retirada definitivamente a CCAÇ 3468, pelo que, para efeitos deste trabalho, será considerada subunidade independente.
Em Maio de 1972, permutando com a CCAÇ 3393 do BCAÇ 3850, foi transferida de Messangulo para Nova Coimbra (MICHUMUA). Subordinada ao BCAÇ 3850, aquartelado em Metangula, efectuou várias operações nas zonas de Tchengamacoco, Nova Coimbra, Baixa do Lunho, dos rios Lucambo, Messinge, e Lunho e morro Messumba, designadamente: "Arrais 10 e 11", "Jaguar", "Abada1", "Joia", "Jamburu", "Jagodes 2" e "Jubiaba 1".
 Nesta foi apreendida grande quantidade de material de guerra, existente num depósito, na região de Tchengamacoco. Entre outras participou em: "Jubiaba 2 e 3" (região do Cóbué), "Jangada" (montes Itumba) e "Jaquetão" (montes Chissindo.

TEXTO E FOTOS DE JOSÉ A.R.LOURO, FURRIEL MECÂNICO DA CCAÇ 3468

Quando da nossa passagem por Nova Coimbra(MICHUMUA), as operações no mato programadas e com objectivos definidos, originaram confrontos com a FRELIMO e captura de armamento pelos nossos militares.
Em Nova Coimbra também estavam sediados um grupo de GE (forças militares formadas por naturais de Moçambique e comandados por militares da Província, sendo raras as excepções como é o caso deste grupo que era comandado pelo Sargento Adriano Bigone também Moçambicano), e que também tinham grandes confrontos no assalto às bases da FRELIMO de onde resultava a captura de vário armamento.


Foi rendida em Nova Coimbra e, Março de 1973, pela 2ª Cavalaria do Batalão de Cavalaria 8420.

GRUPO ESPECIAL (GE) 1O1

O Tenente Adriano Bigone, chegou a Nova Coimbra (MICHUMUA) em Junho de 1967, incorporado como 2º sargento da 1ª Companhia do BCAÇ 16.
De Fevereiro de 1972, comandou até à sua extinção em 1974, o Grupo Especial 101.
Este grupo notabilizou-se com a captura de muito material de guerra e muita documentação da FRELIMO.

        

2ª Companhia do Batalhão de Caçadores 8420
À Dirª, o Capitão Serafim Santos
A 2ª Companhia do BCAÇ 8420 comandada pelo capitão Miliciano de Infantaria Serafim da Silva Santos, embarcou de avião em Fevereiro/Março de 1973 com destino a Moçambique
Desembarcou na Beira. Rendeu em Nova Coimbra (MICHUMUA)  no Niassa.
De Março de 1973, efectuou patrulhamentos, abertura de itinerários, nomadizações,  emboscadas, cercos, batidas e golpes de mão, nas regiões de Nova Coimbra,Tchengamacoco, Cóbué, Baixa do Lunho, dos montes Lijombo e Chissindo e dos rios Massinge, Lucambo,e Lunho, designadamente as operações "Fagote", "Fagulha", "Falperra", "Rachar 1 e3", "Malho 1", "Afrontar", "Ideal 1,4 e 5" e "Padrão 1,2 e 8". Participu em: "Furioso", "Factura" e "Fanar".

A 20 de Julho de 1974 foi rendida pela CART 7260/73.

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