Bem vindo

bandeira-portugal-imagem-animada-0007 bandeira-mocambique-imagem-animada-0006

Livros da guerra colonial

Miandica terra do outro mundo


segunda-feira, 22 de abril de 2019

RESENHA HISTÓRICA--MILITAR DAS CAMPANHAS DE ÁFRICA (1961--1974) DISTRITO DE CABO DELGADO -- MOÇAMBIQUE


1.CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                   01 de FEVEREIRO 1963 
Em 1 de Fevereiro de 1963, a Região Militar de Moçambique com o seu Quartel-General situado em Lourenço Marques, dividia-se em em três comandos territoriais. O primeiro, com sede em Nampula e a cargo do Comando de Agrupamento nº5, compreendia os distritos administrativos do Niassa, Cabo Delgado, Moçambique Zambézia; o segundo, com sede na Beira e ainda sem comando constituído, estendia-se para sul até ao rio Save e abrangia os distritos de Tete e de Manica e Sofala ( mais tarde dividido em dois com as sedes na Beira e em Vila Pery); o terceiro, com sede em Lourenço Marques e a cargo do Quartel-General da Região Militar, sendo seu comandante o 2º Comandante da Região , compreendia o território a sul daquele rio e era constituído pelos distritos de Inhambane, Gaza e Lourenço Marques.

O distrito de Cabo Delgado era da responsabilidade do Batalhão de Porto Amélia (guarnição normal), com o comando e uma das suas companhias orgânicas nesta cidade e outra em Mocímboa da Praia. Tinha ainda sob a sua dependência 1 companhia de caçadores (reforço à guarnição normal) em Mueda; 1 companhia de caçadores e m Montepuez, com um pelotão destacado em Macomia; 1 companhia de artilharia em Ócua.
Estas unidades encontravam-se em ocupação, excepto a última que era de intervenção do Batalhão.
2.  CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                  01 de MAIO 1964 
Durante o período de Fevereiro de 1963 a 1 de Maio de 1964, não se verificaram acções de guerrilha no território de Moçambique. Entretanto, em Angola e na Guiné a luta ia aumentando de intensidade. Não é de estranhar, por esse facto, que a primeira prioridade na atribuição de reforços idos da Metrópole fosse dada a estes dois últimos territórios. Todavia, em Moçambique, ia-se processando a chegada de tropas para rendições e até mesmo alguns para reforço.
No distrito de Cabo Delgado, o sector do batalhão de Porto Amélia (guarnição normal) foi amputado do território a norte do rio Messalo, atribuído a um  novo batalhão (BCAÇ 558). Por sua vez a companhia de Mocímboa da Praia (guarnição normal) destacou um pelotão para Palma.
Em números reais, isto traduziu-se num reforço de um comandoo de batalhão e duas companhias.
Do exposto conclui-se que, de 1 de Fevereiro de 1963 a 1 de Maio de 1964, o efectivo global de Moçambique, em unidades operacionais, aumentou apenas 1 batalhão de caçadores.

As alterações assinaladas - reforço do dispositivo em Cabo Delgado e no Niassa, com sacrifício do sul do Save, - conjugados com a permanência da maior parte da Reserva da Região Militar no Comando Territorial do Norte, denotam já uma preocupação quanto ao que, em futuro próximo, iria ocorrer no Norte do Território
3.  CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                  01 de OUTUBRO 1964 
No período que decorre desde 1 de Maio até 1 de Outubro de 1964, não há praticamente reforços em meios operacionais, embora as acções de guerrilha já tinha tido início. Assim, nos distritos da Zambézia, Tete, Vila Pery e Beira e em todo o território a sul do rio Save não se verificaram alterações no dispositivo.
No distrito de Cabo Delgado, é destacado para a Ilha do Ibo dum pelotão da companhia instalada em António Enes.

4. DISPOSITIVO OPERACIONAL 
referido a 1 de JULHO 1965
Na data a que se reportam estas cartas, verifica-se j´uma intensificação da actividade e guerrilha.
Entretanto tinham chegado ao Território novas forças, para rendição e reforço.
As alterações ao dispositivo, então verificadas, traduziam-se no reforço dos efectivos no Norte do Território, não só com as novas unidades chegadas, mas também à custa do relativo empobrecimento do dispositivo das zonas do Comando Territorial do Centro, do Comando Territorial do Sul e das áreas não afectadas do Comando Territorial do Norte.
Com a chegada dos Comandos de Agrupamento 23 e 25, a área do Comando Territorial do Norte foi dividida por ambos: Ao Agrupamento 23, foi atribuída a área do distrito de Cabo Delgado, com o comando em Porto Amélia; A Agrupamento 25, a área correspondente aos distritos do Niassa, Moçambique e Zambézia, com o comando em Nampula.
Por sua vez, a área do Comando Territorial do Centro foi atribuída ao Agrupamento 20.
A área do distrito de Cabo Delgado regista uma grande concentração de forças: o Batalhão de Caçadores de Porto Amélia (guarnição normal) desloca o seu comando para Chai e conta com a companhia de Porto Amélia com um pelotão destacado em Quitarejo, a Companhia de Caçadores 548, em Montepuez, com um pelotão destacado em Nairoto e outro em Meluco, 1 companhia de caçadores em Macomia, com um pelotão destacado em Mataca e duas secções em Ocua, e um pelotão de artilharia na Ilha do Ibo, destacado da companhia de António Enes, o BCAÇ 608, retirado do distrito de Moçambique, passa a ter atribuído um subsector e tem o  seu comando e a CCS em Mocímboa da Praia, 1 companhia de caçadores no Chitolo, 1 companhia de caçadores em Diaca, 1 companhia de caçadores em Nambude,  CCAÇ de  Mocímboa da Praia (Guarnição normal) nesta povoação com um pelotão destacado em Palma, dois pelotões de reconhecimento em Mocímboa da Praia e outro em Diaca. O BCAÇ 558, com o seu comando em Mueda, 1 companhia de caçadores em Muidumbe, com um pelotão destacado em Nangololo, 1 companhia de caçadores em Mueda, 1 companhia de caçadores em Nangade, com um pelotão destacado em Mocímboa do Rovuma, 1 companhia de cavalaria em Sagal, com um pelotão destacado no Imbuo e três pelotões de reconhecimento em Mueda.
6. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:  
11 de OUTUBRO 1965
Após a grande movimentação de forças que precedeu e acompanhou as operações que se iniciaram
com a sublevação no Norte do distrito de Cabo Delgado e a oeste do distrito do Niassa, houve profundas alterações ao dispositivo, em particular a norte do rio Zambeze. Na área do, até então, Comando Territorial do Norte é criada a Zona de Intervenção Norte (ZIN) e um sector independente.
A ZIN, com o comando sediado em Nampula, é dividida em três sectores: O SECTOR "A", a cargo do  Comando de Agrupamento 25, que, entretanto se deslocou de Nampula para Vila Cabral: O SECTOR "B", a cargo do Comando de Agrupamento 23 em Porto Amélia, e o SECTOR "C", a cargo do Comando ZIN, por acumulação.
O sector independente correspondente ao distrito da Zambézia e com sede em Mocuba dependia directamente do Comando da Região Militar.
O Comando da ZIN era um comando conjunto, constituído pelo Posto de Comando Avançado da Região Militar e por escalões avançados dos Comandos da Força Aérea e da Marinha. Em 29 de Setembro, seguiam, por via aérea, para Nampula, a fim de assumir o comando da ZIN, o brigadeiro comandante interino da Região, bem como os elementos do QG em Lourenço Marques, que foram constituir o Posto de Comando Avançado.
No que respeita propriamente ao distrito de Cabo Delgado, manteve-se a área a sul do rio Messalo a cargo do batalhão de Porto Amélia. A área a norte deste rio foi dividida por três batalhões: um, na região central, com o comando em Mueda; outro, ao longo da costa, com o comando em Mocímboa da Praia; e um terceiro, ao longo do rio Rovuma, com sede em Mocímboa do Rovuma
Em resumo nesta data, os efectivos operacionais eram os seguintes
a) -- Zona de Intervenção Norte
-- No Sector "A" (Niassa) 4 comandos de batalhão, 15 companhias tipo caçadores, o Esquadrão de  Reconhecimento de Nampula, 1 bateria de artilharia e 1 companhia de engenharia;
-- Sector "B" (Cabo Delgado) 4 comandos de batalhão, 20 companhias tipo caçadores, 1 bateria de artilharia e 1 companhia de engenharia 3 pelotões de reconhecimento
-- No Sector "C" (Moçambique) 1 comando de batalhão, 2 companhias tipo caçadores e o Grupo de Artilharia de Campanha de Nampula (desfalcado).
b) Comando Territorial do Centro (Agrupamento 20)
-- 3 comandos de Batalhão, 9 companhias tipo caçadores, 1 bateria de artilharia de campanha e1 esquadrão de reconhecimento.
c) Comando Territorial do Sul
-- 2 comandos de batalhão, 7 companhias tipo caçadores e 1 bateria de artilharia de campanha
d) Sector da Zambézia
-- 1 comando de batalhão e 4 companhias tipo caçadores.
e) Reserva do comando da Região Militar
-- O esquadrão de Reconhecimento de Lourenço Marques. 1 bateria do Grupo de Artilharia de Nampula e o grupo de comandos.



7. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
10 de JANEIRO  1966
Na data a que se referem estas datas, mantém-se a estrutura territorial militar constantes das anteriores. Basicamente continuam a existir: a Zona de Intervenção Norte, com os mesmos três sectores; o Sector Independente da Zambézia, correspondente ao distrito com o mesmo nome, a cargo de um batalhão; o Comando Territorial do Centro e o  Comando Territorial do Sul.
No Sector "B", à parte a divisão da zona do batalhão de Porto Amélia em duas zonas de batalhão com sede em Porto Amélia e Montepuez, apenas há a registar o ganho de mais ema companhia, que foi ocupar Ancuabe.

8. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
6 de Junho  1966
No período de 10 de Janeiro até à data da carta em análise, o efectivo das forças do Exército em Moçambique, viu-se aumentado de 3 batalhões de caçadores: um destinado ao Sector "A" (distrito do Niassa), outro em reforço da Zambézia, que passou a contar com dois batalhões, e o terceiro atribuído ao distrito de Tete, onde passaram igualmente a existir 2 batalhões. Todavia, por não ser significativa a alteração neste distrito, apenas se apresentou a carta da situação relativa à ZIN e Zambézia.
Este reforço demonstra uma maior preocupação do Comando com a evolução da situação nestes três distritos: no Niassa, a zona sublevada tendia a alastrar; a Zambézia e Tete, pelas informações recolhidas e pela sua posição geoestratégica pareciam as mais ameaçadas; cabo Delgado estacionara.
No Sector "B", o único facto a assinalar é a ocupação de Balama, por uma companhia do subsector de Montepuez.
10. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
2 de Janeiro  1967
No período de 02 de Janeiro 1967, registaram-se algumas alterações de importância assinalável, sobretudo com a absorção do  sector independente do distrito da Zambézia, que passou a designar-se por Sector "D", com o respectivo comando instalado em Quelimane.
Por sua vez, do Sector "A" foi retirada a área correspondente aos batalhões sediados em Marrupa e Nova Freixo, a qual passou a constituir o Sector "E".
À parte as forças já anteriormente situadas na ZIN, foram agora ocupadas com unidades tipo companhias de caçadores, as seguintes localidades:
No Sector "A"Meponda.
Sector "B": Toma do Nairoto; Muaguide e Mucojo
Entretanto, tinham chegado a Moçambique, em datas diferentes, 2 companhias de comandos, que ficaram aquarteladas no Lumbo (Sector "C") (2ª Companhia de Comandos em Maio de 1967)  e Vila Cabral (Sector "A") (4ª companhia de Comandos em Novembro de 1967).
No período que imediatamente antecedeu a data a que se reporta a carga de situação em referência, foi instalada em Nampula um Comando-Chefe Adjunto, escalão avançado do Comando-Chefe que permanecia em Lourenço Marques. Por sua vez o Quartel-General da Região Militar aumentou o volume e importância  do seu Posto de Comando Avançado, em Nampula, que passou a ser predominante. Acabou, assim, o Comando da ZIM (COMZIN).
11. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
1 de MAIO de  1967
Da análise destas cartas ressalta um adensamento do dispositivo na parte correspondente aos Sectores  "E" e "C".
No primeiro foi criado mais um subsector(EUA, à custa da divisão da área do batalhão com sede em Marrupa. O novo subsector ficou a cargo de um batalhão, sediado  em Maúa, com 5 companhias aquarteladas em Révia, Namicunde, Muoco, Nipepe e Maúa. O batalhão de Marrupa ficou por sua vez, com uma frente maior na fronteira, por deslocação do seu limite oeste e com uma companhia em Candulo.
Com a divisão, no sentido Norte-Sul, do subsector CNA, anteriormente a cargo do Batalhão de Caçadores de Nampula, é criado um Sector "C" um outro subsector (CRB), que ficou a cargo de um batalhão com o comando em Ribáué e 3 companhias (Entre-os-Rios, Umpuhua e Lalua).
Nos Sectores"B" e "D" manteve-se sensivelmente o mesmo dispositivo. 
13. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
 4 de DEZEMBRO de  1967
As cartas em referência traduzem bem as preocupações existentes durante o p eríodo que as antecedeu. Estas preocupações consistiam:
No Sector "A", em reduzir as recentes actividades do inimigo, na região a sul de Vila Cabral, de forma a permitir a conclusão, em segurança, do último troço do caminho de ferro do norte, ligando Catur a Vila Cabral;
Isto traduzia-se na prática, no reforço:
Sector "A", com mais um batalhão no Catur, criando-se com ele o subsector ACT, à custa da parte sul do subsector AVC, pertencente ao batalhão com sede em Vila Cabral.
Do Sector "B", com a criação de mais dois subsectores de batalhão -- um sediado em Nangololo e o outro em Macomia, à custa das zonas de acção dos batalhões de Mueda e Porto Amélia
Nos dois anos que decorrem de 11 de Outubro de 1965 a 4 de Dezembro de 1967, Moçambique foi reforçada em tropas operacionais, com e comandos de agrupamento, 13 comandos de batalhão e 47 companhias tipo caçadores. Manteve os mesmos meios de artilharia de campanha e de cavalaria de que já dispunha anteriormente, bem como de engenharia e transmissões.
Contava também com 3 companhias de comandos, 1 companhia de cães de guerra, 3 companhias de polícia militar, 2 pelotões de artilharia antiaérea e 2 pelotões de canhões sem recuo.
A localização das unidades era a seguinte:
Sectores e comandos territoriais, com sedes em Vila Cabral, Marrupa, Porto Amélia, Nampula, Quelimane, Tete, Beira e Lourenço Marques;
No Sector "B"Mandimba, Nangade, Mocímboa do Rovuma, Negomano, Mutamba dos Macondes, Mueda, Diaca, Esposende, Palma, Pundanhar,Nambude, Mocímboa da Praia, Chilolo, Miteda, Muindube, Nancatari, Nairoto, Balama, Toma do Nairoto, Montepuez, Monte das Oliveiras, Mataca, Quitarejo, Chai, Porto Amélia, Ancuabe e Meluco.
14. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
2 de DEZEMBRO de  1968
Foram poucas as alterações verificadas no período que decorreu desde a última das cartas de situação das últimas cartas de situação analisadas até a data das presentes.
Estas últimas denotam uma maior preocupação pelo aumento da ameaça e da penetração do inimigo, nomeadamente em toda a zona norte do Sector"E" e ni distrito de Tete. No Sector "E" é intercalado um novo comando de batalhão, que se foi instalar em Mecula e que deu origem a um novo subsector (EME). No distrito de Tete foi criado um novo sector -- designado por "F" -- compreendendo quatro subsectores, atribuídos aos batalhões de Tete, Fingoé, Bene e Furancungo, e designados por FTT, FFG, FBN e FFR. 
No Sector "C", os subsectores CER e CNA passam a constituir um único subsector, com a designação CRB. Esta mudança e a transferência para Namialo do antigo BCAÇ de Nampula. agora designado por BCAÇ 15, em substituição dum batalhão de reforço, reflectem a pouca preocupação que o distrito de Moçambique suscitava.
Nesta data, o dispositivo das unidades combatentes era o seguinte:
-- sectores, com os comandos instalados em Vila Cabral, Porto Amélia, Nampula, Quelimane, Marrupa e Tete;
-- dois comandos territoriais (CTC e CTS), com as respectivas sedes na Beira e Lourenço Marques;
Os comandos de Batalhão, em Metangula,Macaloge,Valadim, Vila Cabral, Catur,
Mocímboa do Rovuma, Mueda, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda, Macomia, Porto Amélia,
Ribaué, Namialo, Vila Junqueiro, Mocuba, Mecula, Marrupa, Maúa, Nova Freixo, Fingoé, Bene, Furancungo, Tete, Vila Pery, Beira, Inhambane e Lourenço Marques;
19. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
2  de JULHO de  1973
No período que antecedeu a data em referência, verificaram-se profundas alterações ao dispositivo, na área da antiga ZIN.
Em traços gerais, o sector"E" é extinto, sendo a área dos seus subsectores EME e EMU absorvida pelo sector "A" e a do subsector ENF pelo sector "D" o sector "B" mantém os seus limites. O sector "C" perde, para o sector "D", a sua ponta ocidental, correspondente à área administrativa de Entre-os-Rios. O sector "D" conserva todo o distrito da Zambézia, acrescido da ponta ocidental do distrito de Moçambique e do anterior ENF, que passa, agora, a designar-se DNF.
Na área anteriormente pertencente ao Sector "A", onde existiam 5 subsectores passaram a existir apenas 4, uma vez que o subsector ACT foi absorvido pelo subsector AVC. Verificou-se também, ali, uma ligeira alteração de limites, dado que o subsector AME se deslocou para sul, passando a designar por ANC. O número de unidades tipo companhia, em quadrícula, foi também reduzido.

Os subsectores EME e ERU do extinto sector "E" passara,, agora, AML e ARU, mas com menor número de unidades, tipo companhia de caçadores em quadrícula.
O Sector "B" conservou o mesmo número de subsectores de que dispunha anteriormente. Todavia, enquanto a região a sul do Rio Messalo manteve a mesma subdivisão, a norte desse rio desapareceu o subsector BNG, que foi absorvido pelo BMU. Em contrapartida, a região da fronteira, ao longo do rio Rovuma, foi atribuída a dois subsectores -- o BRV e o recente criado BND
21. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
1  de ABRIL de  1974
No que se refere aos orgãos e unidades das forças terrestres, existiam, nesta data, os seguintes:
-- 1 comando de zona de operações em Tete
A):
-- 6 comandos de agrupamentos: em Vila Cabral (Sector "A" , destacando um posto de comando avançado para Marrupa; 
Porto Amélia, (Sector "B")destacando um posto de comando avançado para Mueda;
Mocuba (Sector "D"), 
Tete, Furancungo e Beira (CTC)
-- O Comando Operacional de defesa de Cabora Bassa (CODCB) sediado em Estima.
-- O Comando das Carga Críticas (CCC), não mencionado na carta 32.
-- O Comando Operacional das Forças de Internção (COFI), estacionado em Nampula.
B):
Comandos de batalhão, num total de 31, situados de norte para sul e de oeste para leste, em:
SECTOR "A" Metangula. Macaloge, Valadim, Vila Cabral, Mecula, Marrupa,.
SECTOR "B" 
Mocímboa da Praia, Montepuez, Macomia, Porto Amélia, Mocímboa do Rovuma, Nangade e Mueda.

SECTOR "C" Nova Freixo e Mocuba.
SECTOR "D" Changara, Tete, Caldas Xavier, Fingoé, Mecumbura, Furancungo, Sabondo, Xipera (todos na ZOT); 
 SECTOR "I" Vila Gouveia.
Comando Territorial do Centro (CTC) Vila Paiva de Andrade e Inhaminga
Comando Operacional Forças Especiais (COFI) Chemba e Mungari
Comando Territorial do Sul (CTS) Lourenço Marques
C):
Companhias tipo caçadores, num total de 128, sediadas em:
Sector "A"
Maniamba, Lunho, Nova Coimbra, Olivença, Pauíla, Unango, luatize, Muembe, Nova Viaeu, Valadim, Catur, Lione, Cantina Dias, Malapísia, Massangulo, Candulo,, Chiulézi, Mecula,, Ilha Metarica. Revia, Nanlixa. Marrupa,Maúa,
Sector "B"
Omar, Negomano, Nazembe, Mocímboa do Rovuma, Palma, Pundanhar, Muidine, Nangade, Nancatari (duas), Sagal (duas), Mueda (quatro), Nangololo (duas), Mocímboa da Praia (duas), Antadora, Diaca, Nambude, Balama, Toma de Nairoto, Nairoto, Quitarejo, Mataca, Chai,, Macomia, Bilibiza Muluco, Muaguide, Porto Amélia, Namapa, Mecuburi,
Subsector "DNF":Mecanhelas, Nova Freixo (duas), Entr-os-rios (duas) e Mandimba
Subsector "DMO" Morrumbala, Vila Junqueiro, Molumbo, Milange e Mabo-Tacuane
Subsector "FCG"Chioco, Mazoé, Changara, Chinanga
Subsector "FTT"Tete (duas), Chimazi.
Subsector "FCX" Moatize (duas), MCito, Doa, Zóbué, Mutarara, Capirizange.
Subsector "GFG"Zambué, Uncanha, Fingoe, Cantina Oliveira, Gago Coutinho.
Subsector "GCC"Mágoe Novo, Nura, Taíbo
Subsector "HFR"Vila Coutinho, Casula, Vuende, Chizampete, Dómué
Subsector "HSB"Sabondo, Mavuzi, Bene
Subsector "CODCB"Estima, Chiringa, Songo, Tchrodzi, Chipera
"COFI)Chiramba, Canxixe, Tambara, Mungari, Mandié
Sector "I"Macossa, Vila Gouveia, Vila Manica, Fundeze Honde, Nhamessundo.Subsector "CTC"
Chibabava, Chiluvo, Maringué, Chitengo (duas), Canda, Vila Fontes, Sena, Inhaminga
Subsector "CTS"Lourenço Marques, Chibuto (duas)

d):
1 Batalhão de Comandos sediado em Montepuez, com quatro companhias nesta localidade, e mais quatro destacadas em Estima, Inhaminga, Vanduzi e Caniaculo.
e):
1 grupo de artilharia de campanha (Gac6), sediado na Ilha de Moçambique, com baterias destacads em Mueda (duas), Songo e Nangade.
f):
3 esquadrões de cavalaria, em Porto Amália, Vila Gouveia e Marara
g): 1 agrupaamento de engenharia em Nampula, 1 batalhão de engenharia com o comando também nesta cidade, 5 companhias de engenharia, 2 de construção, 1 de sapadores (minas), 2 destacamentos de engenharia; as companhias de engenharia situavam-se em Mueda, Vila Cabral, Nangade, Vila Gouveia e Tete. As companhias de construção em Tete e Nampula; a de sapadores (minas) no Songo; e os destacamentos de engenharia em Lourenço Marques e Beira.
h):81 Grupos Especiais (GE) distribuídos da seguinte forma: 7 pelo Sector "A", 20 
Sector "A" 7; Sector "B" 20; Sector "D" 9; "ZOT" 16; "COFI" 14; Sector "I" 10 "CTC" 5
i): 12 Grupos Especiais de Paraquedistas (GEP), distribuídos:
"CTC" 6; "COFI" 4; "Subsector "HSB" 1; Subsector " FAG" 1 i): companhia de morteiros em António Enes.
K):5 Companhias de polícia militar, em Nampula, Beira (duas), Tete, e Lourenço Marques (dois).
l): 2 pelotões de artilharia antiaéra: um em Mueda e outro em Tete.




segunda-feira, 8 de abril de 2019

RESENHA HISTÓRICA--MILITAR DAS CAMPANHAS DE ÁFRICA (1961--1974) DISTRITO DE TETE E MANICA e SOFALA-- MOÇAMBIQUE

1.  CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                  01 FEVEREIRO 1963 

Em 1 de Fevereiro de 1963, a Região Militar de Moçambique com o seu Quartel-General situado em Lourenço Marques, dividia-se em em três comandos territoriais. O primeiro, com sede em Nampula e a cargo do Comando de Agrupamento nº5, compreendia os distritos administrativos do Niassa, Cabo Delgado, Moçambique e Zambézia; o segundo, com sede na Beira e ainda sem comando constituído, estendia-se para sul até ao rio Save e abrangia os distritos de Tete e de Manica e Sofala ( mais tarde dividido em dois com as sedes na Beira e em Vila Pery); o terceiro, com sede em Lourenço Marques e a cargo do Quartel-General da Região Militar, sendo seu comandante o 2º Comandante da Região , compreendia o território a sul daquele rio e era constituído pelos distritos de Inhambane, Gaza e Lourenço Marques.
Por sua vez, cada comando territorial estava dividido em sectores de batalhão (de guarnição normal ou de reforço) correspondendo, em regra, a um distrito e dispondo de várias subunidades tipo companhia.
Por seu turno, o Comando Territorial do Centro estava também dividido em sectores, da responsabilidade de batalhões. O distrito de Tete, excepto a sua ponte sudeste estava a cargo do BART 162, com o seu comando sediado na capital deste distrito; a CCAÇ de Tete, (guarnição normal), igualmente nesta cidade, com um pelotão destacado em Changara; 1 CCAÇ em Moatize, com um pelotão destacado no Zóbué; 1 CCAV. estacionada em Furaancungo, com um pelotão destacado em Vila Coutinho; 1 CART. em Tete, com um pelotão destacado em Mágue e outro em Fingoe. A companhia de Moatize era, simultâneamente, uma unidade de ocupação e de intervenção do batalhão,
A área correspondente ao futuro distrito da Beira, acrescida da ponta sudesta do distrito de Tete, estava a cargo do BCAÇ de Tete (guarnição normal) com o seu comando e duas companhias de caçadores orgânicas estacionadas nesta cidade. Tinha na sua dependência, além destas, 1 CART. em Inhaminga, 1 CCAÇ e outra CART. em Mutarara. Destas unidades, a de Inhaminga acumulava a função de ocupação com a de intervenção do batalhão.
2.  CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                  01 de MAIO 1964 

Durante o período de Fevereiro de 1963 a 1 de Maio de 1964, não se verificaram acções de guerrilha no território de Moçambique. Entretanto, em Angola e na Guiné a luta ia aumentando de intensidade. Não é de estranhar, por esse facto, que a primeira prioridade na atribuição de reforços idos da Metrópole fosse dada a estes dois últimos territórios. Todavia, em Moçambique, ia-se processando a chegada de tropas para rendições e até mesmo alguns para reforço.
O distrito de Tete, manteve 1 comando de batalhão e 4 companhias, perde 1 pelotão de reconhecimento. O dispositivo, contudo, sofreu algumas alterações: os pelotões destacados em Vila Coutinho, Zóbue, Fingoe e Changara regressamàs suas unidades; Fingoe passa a dispor de 1 companhia.
3.  CARTA DE SITUAÇÃO REFERIDA A:                                  01 de OUTUBRO 1964 

No período que decorre desde 1 de Maio até 1 de Outubro de 1964, não há praticamente reforços em meios operacionais, embora as acções de guerrilha já tinha tido início. Assim, nos distritos da Zambézia, Tete, Vila Pery e Beira e em todo o território a sul do rio Save não se verificaram alterações no dispositivo.

4. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
 1 de JULHO 1965-- 
Na data a que se reportam estas cartas, verifica-se j´uma intensificação da actividade e guerrilha.
Entretanto tinham chegado ao Território novas forças, para rendição e reforço.
As alterações ao dispositivo, então verificadas, traduziam-se no reforço dos efectivos no Norte do Território, não só com as novas unidades chegadas, mas também à custa do relativo empobrecimento do dispositivo das zonas do Comando Territorial do Centro, do Comando Territorial do Sul e das áreas não afectadas do Comando Territorial do Norte.
Com a chegada dos Comandos de Agrupamento 23 e 25, a área do Comando Territorial do Norte foi dividida por ambos: Ao Agrupamento 23, foi atribuída a área do distrito de Cabo Delgado, com o comando em Porto Amélia; A Agrupamento 25, a área correspondente aos distritos do Niassa, Moçambique e Zambézia, com o comando em Nampula.
Por sua vez, a área do Comando Territorial do Centro foi atribuída ao Agrupamento 20.
O Comando Territorial do Centro, agora à responsabilidade do Comando Agrupamento 20, continuava a disporde três subsectores de batalhão. O primeiro, a cargo do comando do BART. 562, situado em Tete, e tendo sob a sua dependência a CCAÇ de Tete (guarnição normal) em Tete, 1 CART. em Moatize, 1 CART. no Francungo e 1 CART. em Fingoé, com um pelotão destacado no Magoé. 
6. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
11 de OUTUBRO 1965
Após a grande movimentação de forças que precedeu e acompanhou as operações que se iniciaram com a sublevação no Norte do distrito de Cabo Delgado e a oeste do distrito do Niassa, houve profundas alterações ao dispositivo, em particular a norte do rio Zambeze. Na área do, até então, Comando Territorial do Norte é criada a Zona de Intervenção Norte (ZIN) e um sector independente.
A ZIN, com o comando sediado em Nampula, é dividida em três sectores: O SECTOR "A", a cargo do  Comando de Agrupamento 25, que, entretanto se deslocou de Nampula para Vila Cabral: O SECTOR "B", a cargo do Comando de Agrupamento 23 em Porto Amélia, e o SECTOR "C", a cargo do Comando ZIN, por acumulação.
O sector independente correspondente ao distrito da Zambézia e com sede em Mocuba dependia directamente do Comando da Região Militar.
O Comando da ZIN era um comando conjunto, constituído pelo Posto de Comando Avançado da Região Militar e por escalões avançados dos Comandos da Força Aérea e da Marinha. Em 29 de Setembro, seguiam, por via aérea, para Nampula, a fim de assumir o comando da ZIN, o brigadeiro comandante interino da Região, bem como os elementos do QG em Lourenço Marques, que foram constituir o Posto de Comando Avançado.
Em resumo nesta data, os efectivos operacionais eram os seguintes
a) -- Zona de Intervenção Norte
-- No Sector "A" (Niassa) 4 comandos de batalhão, 15 companhias tipo caçadores, o Esquadrão de  Reconhecimento de Nampula, 1 bateria de artilharia e 1 companhia de engenharia;
-- Sector "B" (Cabo Delgado) 4 comandos de batalhão, 20 companhias tipo caçadores, 1 bateria de artilharia e 1 companhia de engenharia 3 pelotões de reconhecimento
-- No Sector "C" (Moçambique) 1 comando de batalhão, 2 companhias tipo caçadores e o Grupo de Artilharia de Campanha de Nampula (desfalcado).
b) Comando Territorial do Centro (Agrupamento 20)
-- 3 comandos de Batalhão, 9 companhias tipo caçadores, 1 bateria de artilharia de campanha e1 esquadrão de reconhecimento.
c) Comando Territorial do Sul
-- 2 comandos de batalhão, 7 companhias tipo caçadores e 1 bateria de artilharia de campanha
d) Sector da Zambézia
-- 1 comando de batalhão e 4 companhias tipo caçadores.
e) Reserva do comando da Região Militar
-- O esquadrão de Reconhecimento de Lourenço Marques. 1 bateria do Grupo de Artilharia de Nampula e o grupo de comandos.
8. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
6 de Junho  1966
No período de 10 de Janeiro 1966 até à data da carta em análise, o efectivo das forças do Exército em Moçambique, viu-se aumentado de 3 batalhões de caçadores: um destinado ao Sector "A" (distrito do Niassa), outro em reforço da Zambézia, que passou a contar com dois batalhões, e o terceiro atribuído ao dis trito de Tete, onde passaram igualmente a existir 2 batalhões. Todavia, por não ser significativa a alteração neste distrito, apenas se apresentou a carta da situação relativa à ZIN e Zambézia.
Este reforço demonstra uma maior preocupação do Comando com a evolução da situação nestes três distritos: no Niassa, a zona sublevada tendia a alastrar; a Zambézia e Tete, pelas informações recolhidas e pela sua posição geoestratégica pareciam as mais ameaçadas; cabo Delgado estacionara.
No Comando Territorial do Centro verificou-se um reforço de mais mais um batalhão, no distrito de Tete,
Aqui, o BART. 1881, com o comando em Tete, passou a ter sob as suas ordens: a CCAÇ de Tete, com um pelotão destacado em Changara, 1 CART.em Francungo, com um pelotão destacado em Vila Gamito e outro em Vila Coutinho, 1 CART. na Mutarara, com um pelotão em Doa.
Por sua vez, o BART. 1882 vai instalar o seu comando no Fingoé, e tem sob as suas ordens a 2Ç companhia do BCAÇ de Boane em Zambue, 1 CART. no Fingoé e 1 CART. em Magóe. Estas companhias mantêm vários grupo de combate destacados,
11. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
1 de MAIO  de  1967
No Comando Territorial do Centro persistem quatro subsectores de batalhão: um, com o comando em Fingoé e 4 companhias em Zabue, Muze, Mágoe e Fingoé; outro com o comando em Tete e 4 companhias em Vila Coutinho, Furancungo, Moatize e Mutarara, esta última retirada ao batalhão com sede na Beira.




13. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
4 de DEZEMBRO de  1967
As cartas em referência traduzem bem as preocupações existentes durante o período que as antecedeu. Estas preocupações consistiam:
Nos dois anos que decorrem de 11 de Outubro de 1965 a 4 de Dezembro de 1967, Moçambique foi reforçada em tropas operacionais, com e comandos de agrupamento, 13 comandos de batalhão e 47 companhias tipo caçadores. Manteve os mesmos meios de artilharia de campanha e de cavalaria de que já dispunha anteriormente, bem como de engenharia e transmissões.
Contava também com 3 companhias de comandos, 1 companhia de cães de guerra, 3 companhias de polícia militar, 2 pelotões de artilharia antiaérea e 2 pelotões de canhões sem recuo.
A localização das unidades era a seguinte:
Sectores e comandos territoriais, com sedes em Vila Cabral, Marrupa, Porto Amélia, Nampula, Quelimane, Tete, Beira e Lourenço Marques.
No distrito de Tete estavam as companhias tipo caçadores em: Zambue, Fingoe, Muze, Vila Coutinho, Vila Gamito, Bene, Vuende, Tete, Moatize, Mutarara.

14. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
2 de DEZEMBRO de  1968
Foram poucas as alterações verificadas no período que decorreu desde a última das cartas de situação das últimas cartas de situação analisadas até a data das presentes.
Estas últimas denotam uma maior preocupação pelo aumento da ameaça e da penetração do inimigo, nomeadamente em toda a zona norte do Sector"E" e ni distrito de Tete. No Sector "E" é intercalado um novo comando de batalhão, que se foi instalar em Mecula e que deu origem a um novo subsector (EME). 
No distrito de Tete foi criado um novo sector -- designado por "F" -- compreendendo quatro subsectores, atribuídos aos batalhões de Tete, Fingoé, Bene e Furancungo, e designados por FTT, FFG, FBN e FFR. 
No Sector "C", os subsectores CER e CNA passam a constituir um único subsector, com a designação CRB. Esta mudança e a transferência para Namialo do antigo BCAÇ de Nampula. agora designado por BCAÇ 15, em substituição dum batalhão de reforço, reflectem a pouca preocupação que o distrito de Moçambique suscitava.
Nesta data, o dispositivo das unidades combatentes era o seguinte:
-- sectores, com os comandos instalados em Vila Cabral, Porto Amélia, Nampula, Quelimane, Marrupa e Tete;
-- dois comandos territoriais (CTC e CTS), com as respectivas sedes na Beira e Lourenço Marques;
Os comandos de Batalhão, em Metangula,Macaloge,Valadim, Vila Cabral, Catur,
Mocímboa do Rovuma, Mueda, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda, Macomia, Porto Amélia,
Ribaué, Namialo, Vila Junqueiro, Mocuba, Mecula, Marrupa, Maúa, Nova Freixo, 
Fingoé, Bene, Furancungo, Tete
Vila Pery, Beira, Inhambane e Lourenço Marques;
No distrito de Tete, estavam estacionadas companhias tipo caçadores em: Muze, Zambué, Fingoé (2), Gago Coutinho,, Tembué, Sadzo, Cancombe, Cassuende (3), Vila Coutinho, Vila Gamito, Vuende. Mágoe, Moatize, Mutarara

16. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
6 de JULHO de  1970
Quanto ao dispositivo, estas cartas revelam algumas alterações.
Mantiveram-se,com os limites anteriores, a Zona de Intervenção Norte, com os Sectores A, B, C, D e E., o Sector "F" e o Comando Territorial do Sul.
O Sector A", manteve em traços gerais, o dispositivo anterior com 5 subsectores de batalhão.
O Sector "B"
No Sector "F" verifica-se uma ligeira rectificação do limite entre os Subsectores FFR e FTT, ficando o primeiro com a responsabilidade da fronteira norte. O número de subunidades, tipo companhia de caçadores, aumentou de 7, e estavam sediadas em Gago Coutinho, Muze, Fingoé (2) Zambue,Chipera, Cantina Oliveira Dias, Chiringa, Sabondo, Ponte do rio Luia, Caunda, Casula, Vila Coutinho, Vila Gamito, Vuende, Furancungo, Mágoe,Mutarara, Moatize e Tete.
No conjunto de território verifica-se:
--um reforço apreciável do Sector "B"
-- um reforço menor no Sector "F"
-- um relativo enfraquecimento nos sectores "C","D", e "E"
-- um enfraquecimento acentuado, em meios operacionais, do Comando Territorial do Centro e do Sul.
Em 5 de Janeiro de 1970, a RMM anuncia a constituição dos primeiros grupos especiais de "milícias", em número de seis com um efectivo total de 550 homens., estacionados de Palma ou Pundanhar, Mocímboa da Praia, Nairoteo, Muaguide, Macomia e Mamude.

18. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
31  de MAIO de  1971
Contida e com sinas de regressão a actividade do inimigo nos distritos do Niassa e de Cabo Delgado, verificou-se, porém, o seu acréscimo na área de Tete.
A alteração da situação, neste último distrito, implicou, aí, uma profunda remodelação do dispositivo e um reforço dos nossos meios. Assim é criada, nessa ocasião, a Zona Operacional de Tete (ZOT), dividida me três sectores (F,G e H). O comando da ZOT situava-se em Tete, e o dos sectores integrantes em Tete, Fingoe e Furancungo.
O Sector F compreendia a área de um só batalhão, ( o º 17 da guarnição normal) e dispunha, como unidades fixas ou de quadrícula, 3 companhias de caçadores (uma em Changara, outra em Moatize e a terceira em Mutarara), com os seus pelotões destacados. Encontravam-se ainda na sua área de responsabilidade, como forças de intervenção, 2 companhias tipo caçadores, 1 companhia de comandos e 1 esquadrão de cavalaria. Dispunha ainda em Tete, de 1 companhia de construções e 1 pelotão de artilharia antiaérea. O comando deste sector era desempenhado, por acumulação, pelo comandante do BCAÇ 17.
O Sector G, a noroeste do distrito, dividia-se em três subsectores, da responsabilidade, cada um, de 1 unidade tipo batalhão de caçadores. O subsector GFG, a cargo do BCAÇ 2915, com o comando no Fingoé, dispunha como unidades fixas ou de quadrícula de 1 GE no Fingoé e de cinco companhias tipo caçadores, no Zambué, Muze, Fingoé, Cantina Oliveira e em Gago Coutinho, todas elas, com excepção da última, com pelotões destacados. Encontravam-se ainda na área deste subsector, como força de intervenção, 1 companhia de caçadores. O subsector GCC, a cargo do BCAV, 3837, com o comando em Chicoa, dispunha como unidades fixas ou de quadrícula de 3 companhias tipo caçadores, respectivamente em Chicoa, Mecumbura e Mágoe Novo, todas elas com pelotões destacados e um GE em Mágoe Novo. Encontravam-se ainda neste subsector, como forças de intervenção, 2 companhias de comandos. O subsector GCP a cargo do BCAÇ. 3843, com o comando na Chipera dispunha, como unidades fixas ou de quadrícula de 3 companhias tipo caçadores, duas em Estima e uma em Chiringa. Encontrava-se ainda na área deste subsector, como força de intervenção 1 companhia tipo caçadores.
Por último o Sector H, a nordeste do distrito dividia-se em três subunidade. O subsector HTB, a cargo do BART. 2897 com o comando em Tembué dispunha como unidades fixas ou de quadrícula, de 2 companhias tipo caçadores, uma em Sadzo e outra em Vila Gamito e esta última com dois pelotões destacados. Neste subsector estacionava uma CENGª em Vila Gamito. O Subsector HFR a cargo do BCAÇ 2895 com o comando em Furancungo, dispunha, como unidades fixas ou de quadrícula, além de um GE no Domué, de 3 companhias tipo caçadores, uma em Vuende, outra em Vila Coutinho e a terceira em Chizampeta todas com pelotões destacados. Encontrava-se ainda na área deste subsector, como força de intervenção, 1 companhia tipo caçadores. O Subsector HCS, A cargo do BCAV. 2903 com o comando em Cazula, dispunha como unidades fixas ou de quadrículas,  4 companhias tipo caçadores, respectivamente em Sabondo, Caunda, Zóbue e Bene todas elas com pelotões destacados, Encontrava-se ainda na sua área 1 companhia tipo caçadores em intervenção.
No conjunto , a ZOT passou a contar com 1 comando de zona, 3 comandos de agrupamento, 7 comandos de batalhão, 23 companhias tipo caçadores 3 GE em quadrícula, mais um conjunto de forças de intervenção, onde sobressaiam 6 companhias tipo caçadores, 1 esquadrão de cavalaria 3 3 companhias de comandos.
Esta área, relativamente à data anterior carta de situação de 6 de Julho de 1970 tem, grosso modo, um reforço de 1 comando de zona, 2 comandos de sector, 3 comandos de batalhão, 7 companhias tipo caçadores, 3 companhias de comandos e 3  GE.





19. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
2  de JULHO de  1973
No período que antecedeu a data em referência verificaram-se as seguintes alterações na área do distrito de Tete, o Subsector GCP passou a designar-se por: Comando Operacional da Defesa de Cabora Bassa (CODCB) e o subsector HTB foi suprimido, sendo a sua área absorvida pelos Subsectores HFR e HCS, este, posteriormente, designado por HSB. O sector F,anteriormente a cargo de 1 comando de batalhão, foi subdividido em três subsectores - FCB, FTT, FCX.
No Comando territorial de Centro é agora criado o Comando Geral dos Grupos Especiais (CGGE) com uma zona de acção correspondente à parte norte do CT.C. A nova fica a cargo do BCAÇ. 3842, com o comando sediado em Guro e tendo, em quadrícula, 5 companhias tipo caçadores e 5 GE. Dispunha ainda, como forças de intervenção, de 7 GEP.
A restante da área do CTC ESTÁ A CARGO DE 2 BATALHÕES: O BART. 6221, com o comando sediado em Inhaminga e com 3 companhias tipo caçadores em quadrícula, e o BCAÇ 16, com o comando na Beira, dispondo, entre outras forças 5 companhias tipo caçadores, 1 GE em quadrícula e 2 em intervenção, 2 companhias tipo caçadores, 2companhias de comandos e 3 GEP.
Estes três subsectores, integrantes do CTC estão sob o comando avançado em Vila Gouveia
Da análise desta carta depreende-se:
-- o enfraquecimento do inimigo na Zona Norte
-- o reforço da actividade do inimigo no Distrito de Tete, correspondente a um esforço de penetração para sul do rio Zambeze.
-- a manobra de meios para reforço do dispositivo mais afectadas ( em particular o distrito de Tete e a parte norte do CTC) à custa de outras, de momento, de menor prioridade (Sectores A e CTS).

20. DISPOSITIVO OPERACIONAL referido a:
31  de Dezembro 1973 de  1973
O esforço inimigo continua a exercer-se, não só no distrito de Tete como também na área do Comando Territorial do Centro.
Nesta última, a área anteriormente designada por Comando Geral dos Grupos Especiais (CGGE) passa a designar-se por Comando Operacional das Forças de Intervenção (COFI). Com o comando no Guro, ficou dividido em dois subagrupamentos: um atribuído ao BART. 7221, com a sede em Mungari e o outro ao BART. 3876, com sede em Chemba. O primeiro dispunha de 2 companhias tipos caçadores, respectivamente em Mungari e Mandié, ambas com pelotões destacados, além de 6 GE em Mandié, Andisséne, Guro, Chinsoro, Catunguirene, e Chimbiribiri e um GEP  em Catunguirene. O segundo batalhão dispunha de 3 companhias tipo caçadores, respectivamente em Chemba,Canxixe e Tambara, além de 8 GE em Lundo,  Chemba, Chiramba, Tambara, Madziuíre, Canxixe, dois e Sone. Dispunha ainda, como força de intervenção, de uma companhia de comandos em Madziuíre e 3 GEP em Madzuíre, Topo e Catulene.
Imediatamente a sul da área do COFI seguia-se uma outra zonade defesa, atribuída a três batalhões: a oeste, um subsector atribuído a cargo do BCAÇ 16, Com o comando em Vila Gouveia; ao centro, um outro a cargo do BCAÇ 3874, com o comando em Paiva de Andrade; a leste o terceiro, a cargo do BART. 6221, com o comando em Inhaminga.
No total, estes 3 batalhões dispunham, como forças de quadrícula, de 9 companhias tipo caçadores e 19 GE, além de uma força de intervenção por 4 companhias tipo caçadores e 6 GEP.
As unidades do BCAÇ 16, mais a norte, situavam-se as companhias em quadrícula, 2 em Vila Gouveia e Fudze; os GE em Fudze, Camberembero, Choa, Chinguinhene, Sagoro, Mepanze e Gimo; as companhia em intervenção em : Mepanze,Chinguinhene e Honde.
As unidades do BCAÇ 3874 situavam-se as companhias em quadrícula, em Macossa, Canda e CHITENGO; Os GEP, em intervenção em Macossa.
As do BART. 6221 dispunham-se: as companhias em quadrícula, em Maringué e Sena; a companhia de intervenção em Inhaminga.
A sul as forças acima indicadas, no restante da área do CTC, a cargo do comando recuado do BCAÇ 16 situado na Beira, regista-se a existência de 5 GEP, e 5 GE no Dondo e mais um GE no Pungué e outro em Mavonde.
No total, a área do CTC, à responsabilidade do comando do agrupamento 6009, situado na Beira, viu os seu efectivos aumentados para 3 comandos de batalhão, sendo 1 desdobrado em dois escalões, 13 companhias tipo caçadores, 19 GE e 6 GEP, além de 1 companhia de engenharia em Vila Gouveia com 3 destacamentos e 2 companhias de PM na Beira..
21. DISPOSITIVO OPERACIONAL                                        referido a 1  de ABRIL de  1974

No que se refere aos orgãos e unidades das forças terrestres, existiam, nesta data, os seguintes:
-- 1 comando de zona de operações em Tete
A):
-- 6 comandos de agrupamentos: em Vila Cabral (Sector "A" , destacando um posto de comando avançado para Marrupa; 
Porto Amélia, (Sector "B")destacando um posto de comando avançado para Mueda;
Mocuba (Sector "D"), 
Tete, Furancungo e Beira (CTC)
-- O Comando Operacional de defesa de Cabora Bassa (CODCB) sediado em Estima.
-- O Comando das Carga Críticas (CCC), não mencionado na carta 32.
-- O Comando Operacional das Forças de Internção (COFI), estacionado em Nampula.
B):
Comandos de batalhão, num total de 31, situados de norte para sul e de oeste para leste, em:
SECTOR "A" Metangula. Macaloge, Valadim, Vila Cabral, Mecula, Marrupa,.
SECTOR "B" 
Mocímboa da Praia, Montepuez, Macomia, Porto Amélia, Mocímboa do Rovuma, Nangade e Mueda.

SECTOR "C" Nova Freixo e Mocuba.
SECTOR "D" Changara, Tete, Caldas Xavier, Fingoé, Mecumbura, Furancungo, Sabondo, Xipera (todos na ZT); 
 SECTOR "I" Vila Gouveia.
Comando Territorial do Centro (CTC) Vila Paiva de Andrade e Inhaminga
Comando Operacional Forças Especiais (COFI) Chemba e Mungari
Comando Territorial do Sul (CTS) Lourenço Marques
C):
Companhias tipo caçadores, num total de 128, sediadas em:
Sector "A"
Maniamba, Lunho, Nova Coimbra, Olivença, Pauíla, Unango, luatize, Muembe, Nova Viaeu, Valadim, Catur, Lione, Cantina Dias, Malapísia, Massangulo, Candulo,, Chiulézi, Mecula,, Ilha Metarica. Revia, Nanlixa. Marrupa,Maúa,
Sector "B"
Omar, Negomano, Nazembe, Mocímboa do Rovuma, Palma, Pundanhar, Muidine, Nangade, Nancatari (duas), Sagal (duas), Mueda (quatro), Nangololo (duas), Mocímboa da Praia (duas), Antadora, Diaca, Nambude, Balama, Toma de Nairoto, Nairoto, Quitarejo, Mataca, Chai,, Macomia, Bilibiza Muluco, Muaguide, Porto Amélia, Namapa, Mecuburi,

Subsector "DNF":Mecanhelas, Nova Freixo (duas), Entr-os-rios (duas) e Mandimba
Subsector "DMO" Morrumbala, Vila Junqueiro, Molumbo, Milange e Mabo-Tacuane
Subsector "FCG"Chioco, Mazoé, Changara, Chinanga
Subsector "FTT"Tete (duas), Chimazi.
Subsector "FCX" Moatize (duas), MCito, Doa, Zóbué, Mutarara, Capirizange.
Subsector "GFG"Zambué, Uncanha, Fingoe, Cantina Oliveira, Gago Coutinho.
Subsector "GCC"Mágoe Novo, Nura, Taíbo
Subsector "HFR"Vila Coutinho, Casula, Vuende, Chizampete, Dómué
Subsector "HSB"Sabondo, Mavuzi, Bene
Subsector "CODCB"Estima, Chiringa, Songo, Tchrodzi, Chipera
"COFI)Chiramba, Canxixe, Tambara, Mungari, Mandié
Sector "I"Macossa, Vila Gouveia, Vila Manica, Fundeze Honde, Nhamessundo.
Subsector "CTC"
Chibabava, Chiluvo, Maringué, Chitengo (duas), Canda, Vila Fontes, Sena, Inhaminga
Subsector "CTS"Lourenço Marques, Chibuto (duas)
d):
1 Batalhão de Comandos sediado em Montepuez, com quatro companhias nesta localidade, e mais quatro destacadas em Estima, Inhaminga, Vanduzi e Caniaculo.
e):
1 grupo de artilharia de campanha (Gac6), sediado na Ilha de Moçambique, com baterias destacads em Mueda (duas), Songo e Nangade.
f):
3 esquadrões de cavalaria, em Porto Amália, Vila Gouveia e Marara
g): 1 agrupaamento de engenharia em Nampula, 1 batalhão de engenharia com o comando também nesta cidade, 5 companhias de engenharia, 2 de construção, 1 de sapadores (minas), 2 destacamentos de engenharia; as companhias de engenharia situavam-se em Mueda, Vila Cabral, Nangade, Vila Gouveia e Tete. As companhias de construção em Tete e Nampula; a de sapadores (minas) no Songo; e os destacamentos de engenharia em Lourenço Marques e Beira.
h):81 Grupos Especiais (GE) distribuídos da seguinte forma: 7 pelo Sector "A", 20 
Sector "A" 7; Sector "B" 20; Sector "D" 9; "ZOT" 16; "COFI" 14; Sector "I" 10 "CTC" 5
i): 12 Grupos Especiais de Paraquedistas (GEP), distribuídos:
"CTC" 6; "COFI" 4; "Subsector "HSB" 1; Subsector " FAG" 1 i): companhia de morteiros em António Enes.
K):5 Companhias de polícia militar, em Nampula, Beira (duas), Tete, e Lourenço Marques (dois).
l): 2 pelotões de artilharia antiaéra: um em Mueda e outro em Tete.








Páginas

Páginas

Armamento e comunicações

Clique em play-in memories dos camaradas falecidos.