Bem vindo

bandeira-portugal-imagem-animada-0007 bandeira-mocambique-imagem-animada-0006

Livros da guerra colonial

Miandica terra do outro mundo


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

MANIAMBA, DEPOIS DA CCAÇ 1560


ARTILHARIA 2326 -- BART. 2838

Identificação

Unidade Mobilizadora:  RAP 2
CMDT: Cap. Art. Henrique Manuel Viegas da Silva
Partida: Embarque a 31 de Janeiro de 1968
Desembarque: 19 de Fevereiro de 1968
Regresso: Embarque a 01 Maio de 1970

Síntese da Actividade Operacional

A CART.2326 desembarcou em Nacala e foi colocada em Maniamba, onde rendeu a CCAÇ 1560/BCAÇ1891. Guarneceu Bandece com 1 Pelotão.
De fevereiro de 1968 a Maio de1970, executou, entre outras, as operações:
"Lobo Veloz" (Entre os rios Lualeci e Pambeze)
"Lobo Galante" (Vale do rio Timba)
"Lobo Cantor" (Serra Macuta)
"Lobos não Tremem" ( Vale do rio Mechesa)
"Lobo Fuzo" Entre os rios Lussefa e Luile)
"Lobo Satisfeito" (Vale do rio Melulucas)
Tomou parte nas operações:
"Lobo Largo" e "Cavalo Preto"
Em Maio de 1969 foi rendida pela CART 2495/Bart.2869.

COMPANHIA DE ARTILHARIA 2495 -- BART 2869

Identificação

Unidade Mobilizadora:  RAP 2 Vila Nova de Gaia
CMDT: Cap. Mil. Jorge Gentil Pinto Faustino
Partida: Embarque a 12 de Abril de 1969
Desembarque: 14 de Maio de 1969
Regresso: Embarque a 22 Maio de 1971

Síntese da Actividade Operacional

A CART.2326 desembarcou em Nacala e foi colocada em Maniamba, onde rendeu a CCART. 2326/BART.  2838.
Guarneceu com 1 Pelotão Bandece.
De Maio de 1969 a Março de 1970, executou entre outras, as operações:
"Impala Briosa" (Vale do rio Messinge)
"Impala Nómada" (Vale do rio Messinge)
"Impala Lobo 9" Norte de Maniamba
"Impala Exploradora" (Região da base IN. Luína)
"Impala Artilheira" ( Vale do rio Meluluca)
Tomou parte na operação:
"Impala Grande"
Em Março de 1970 foi rendida em maniamba, pela CCAÇ 2661/BCAÇ 2906 e transferida para Vila Cabral , onde rendeu a CCAÇ 2415.
Na situação de intervenção do BCAÇ 20 (Vila Cabral), efectuou entre outras as oprações
"Mira Dois" (Vale do rio Nossi)
"Tejo III" ( Vale do rio Messinge)

COMPANHIA DE CAÇADORES 2418 

Identificação

Unidade Mobilizadora:  BC 10 -- Chaves
CMDT: Cap. Milº Acácio Gomes tomaz
Partida: Embarque a 23 de Julho de 1968
Desembarque: 13 de Agosto de 1968
Regresso: Embarque a 22 de Agosto de 1970

Síntese da Actividade Operacional


Desembarcou em Nacala a 13 de Agosto de 1968 e foi colocada em Messangulo, onde rendeu a CCAÇ 1671/BCAÇ 1907.
Em junho de 1969, foi rendida pela CCAV 2391 e passou para a situação de intervenção. Instalou-se em Maniamba e em Macaloge, sob o comando do BCAÇ 2853, aquartelado em Macaloge.
Efectuou várias operações na zona de Maniamba e dos rio Messinge, Nossi e Lundo nomeadamente :
"Koscina 1 a 4"
"Nini 2 a 4"
"Lola 2" 
"Sagres 1, 2 e 4"
"Micas 1"
Na útima foi destruída a 4 de Setembro de 1969 a base Maniamba (nas proximidades da confluência dos rios Messinge e Nossi).
Planeado anteriormente um golpe de mão àquela base (Operação "Sagres 3") foi esta interrompida, devido ao accionamento de uma mina anti-carro a 14 de Agosto de 1969, causando muitas baixas às Nossas Tropas. Participou entre outras nas operações:
"Cavalo Rucilho"
"Ultrapassagem" (Zona do rio Messinge  a SE de Maniamba)

COMPANHIA DE CAÇADORES 2661 -- BCAÇ. 2906

Identificação

Unidade Mobilizadora:  RI 15 -- Tomar
CMDT: Cap. Milº Infª Francisco Domingos Martins
Partida: Embarque a 04 de Fevereiro de 1970
Desembarque: 27 de Fevereiro de 1970
Regresso: Embarque a 08 de Fevereiro de 1972

Síntese da Actividade Operacional

A CCAÇ 2661, desembarcou em Nacala e foi colocada em Maniamba onde rendeu a CART.2495/BART.2869.
Guarneceu o Bandece com um pelotão.
De 11 de Setembro a 29 de Dezembro de 1970, passou a estabelecer em permanência, uma rede de emboscadas a Sul de Bandece, ficando somente com i pelotão em Maniamba e outro em Bandece, facto que limitou muito a restante actividade operacional.
Aquando da rendição do Batalhão pelo BCAÇ 3850 em Agosto de 1971, a CCAÇ 2661 continuou em Maniamba ficando sob o comando do BCAÇ 3850.
De Março de 1970 até até final da  Comissão executou entre outras as seguintes operações:
"Cabrito Branco" Vale do rio Messinge
"Mira Um" e "Juvia" Vale do rio Nossi
"Zebra Verde" Montes Lugala

COMPANHIA DE CAÇADORES 3394 -- BCAÇ. 3850



Identificação

Unidade Mobilizadora:  RI 15 -- Tomar
CMDT: Cap. Infª Herique José Pedroso de Albuquerque
Partida: Embarque a 17 de Julho 1971
Desembarque: 12 de AGOSTO de 1971
Regresso: Embarque de avião a 16,19,30 Outubro 1973

Síntese da Actividade Operacional
A CCAÇ 3394, desembarcou em Nacala e foi colocada em Meponda, onde rendeu a CCAÇ 2551/BCAÇ 2880.
Em Janeiro de 1972,,, foi rendida em Meponda, pela CART.3504 e transferida para Maniamba, onde rendeu a CCAÇ 2661/BCAÇ 2906.
Guarneceu com 1 Pelotão o destacamento de Bandece
De Janeiro a Abril de 1972, executou, as seguintes operações.
"Joeirar" Região da base IN. Nolezeua"
"Jarreua" Região do rio Nossi
"Jardim" Zona de Maniamba e Bandece
"Juventude" Região da base IN Melulucas
"Jacutingo" 
"Jugo" Região da base IN NGuene
"Jacutingo" Entre os rios Messinge e Nossi
"Jarrão" Serra Macuta :
Participou nas operações:
"Jibóia 6"
"Jubiabá III"
"Jaracandá"
"Jangada"
Em Março de 1973, foi rendida pela ªBCAV.8420


COMPANHIA DE ARTILHARIA 3504


Identificação

Unidade Mobilizadora:  GACA 2- Torres Novas
CMDT: Cap.Milº Infª Aurélio António A. Abreu Brandão
Partida: Embarque a 08 Janeiro de 1972
Desembarque a 9 de Janeiro de 1972
Regresso: Embarque de avião a 31 de Maio 1974

Síntese da Actividade Operacional

Pertencendo ao Quadro Operacional do BART 3877, foi retirada desta Unidade, no perído que antecedeu o embarque.
Viajando nos TAM, desembarcou na Beira, seguindo para Meponda, onde rendeu a CCAÇ 3394/BCAÇ 3850.
À chegada foi recompletada com 41 Praças do recrutamento de Moçambique.
Cedeu 1 Pelotão de reforço à CCAÇ3392/BCAÇ3850, sediado em Metangula. Efectuu operações, prioritariamente na Zona do Lago e nas regiões dos rios: Timba, Luaice, Luguese, Nagabinge e Luangua e no itenerário Meponda - Vila Cabral nomeadamente:
"Jardim" "Jeca" "Juba" "Junça" "Jasmim 1 e 2" "Jarrete" "Jericó" "Jucula" "Jacape" "Jeropiga" "Jejum" "Jagodes" "Joelho 1 e 2 "
"Janeira" Zona do rio Luaice
"Jibóia 6"  Operação efectuada numa extensa área junto ao Lago Niassa, desde a picada Vila Cabral - Meponda à região de Maniamba com o efectivo de 4 Companhias , 1 Grupo de Milícias, e 1 Grupo "GE", com o total de 11 grupos de combate,resultando baixas ao IN e captura de elementos e material de guerra. 
"Jubiabá 2 e 3" Região do Cóbué
"Jangada" Montes Itumba
Em 31 de Março de 1971, foi substituída por 1 Pelotão da CCAÇ 4141


3ª COMPANHIA DE CAVALARIA -- BCAV. 8420/72


Identificação

Unidade Mobilizadora:  RC 4 - Santa Margarida
CMDT: Cap.Milº Infª Alcino Mairos Lopes
Partida: Embarque em avião a 17 e 22 Fevereiro e 4 e 11 de Março de 1973
Desembarque a 9 de Janeiro de 1972
Regresso: Embarque de avião a 31 de Maio 1974
Regresso: De avião a 6, 7, 8 e 13 de Novembro de 1974

Síntese da Actividade Operacional

A 3ª CCAV. desembarcou na Beira. Foi colocada em Maniamba, onde rendeu a CCAÇ 3394/BCAÇ 3850. Guarneceu Bandece com 1 Pelotão.
Em 26 de Junho de 1974, extinto o Subsector de Metangula, manteve-se em Maniamba sob o Comando Operacional do BCAÇ 5011/72 sedeado em Macaloge.
Submetida a intensa actividade operacional efectuou entre outras, as seguintes operações.
"Jalo"; "Fuste"; "Fusa"; "Feltro 4"; "Arreda 1 e 3"; "Rolar 1 e 3"; 
"Ítrio 2, 4 e 7" Região da base IN Melulucas
"Trio 6" Entre os montes Cheringombe e Nacaonda
"Ítrio 8" Monte Suche
"Poli 2" Vale do rio Chilassange
"Poçi 5" Vale do rio Lunho
"Padrão 5" Região da base IN Gungunhanha
"Poli 8" Região de Miandica
"Poçi 10" Vale do rio Tulo
"Fusão 1 e 2" Vale do rio Nossi
Tomou parte nas operações:
"Furioso"; "Furor"; "Fanar"; "Rodovia"

EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVE A HISTÓRIA
Texto de:
Fernando Marques Oliveira 
Alferes Miliciano da CCAÇ 1560

Assim se iniciou a alocução proferida a 21 de Janeiro de 1968, aquando da          inauguração. Naquele tempo fomos cimentando a ideia de que algum marco deveria ficar no quartel para que, desta forma, se perpetuasse a passagem da 1560 por terras de Maniamba.

Foi então que nos ocorreu a construção dum singelo,mas significativo,monumento que marcasse não só "os  momentos de alegria,onde éramos assaltados pelas
saudades dos entes queridos"
 " Os de muita amargura e tristeza,aqueles em que vimos cair em combate alguns dos nossos camaradas"
Assim o Monumento, para cuja concepção muito contribuíram o Médico da Companhia, Dr.Licínio Poças e o Alf. Pedro Salazar, assenta numa Cruz de Cristo feita em capim e pedra tendo a cercá-la uma vedação de pilares de madeira com corrente de ferro. O pedestal, é constituído por um tronco de pirâmide, tendo numa face a inscrição BCAÇ 1891,noutra CCAÇ 1560, noutra, ainda, a expressão com que se inicia a alocução "EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVE A HISTÓRIA", finalmente, na 4ª face o nome dos camaradas caídos em combate. Sobre o pedestal, assentam as mãos em oração tendo sido cravado entre o polegar e os restantes dedos unidos, um espigão encimado com a Cruz de Cristo.


Inauguração em Maniamba,do Monumento de homenagem aos mortos
da Companhia de Caçadores 1560
      EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVEU A HISTÓRIA

Em Setembro de 2004, um grupo de Combatentes, foi em romagem de saudade a Moçambique. O sonho do Fernando Oliveira e de outros companheiros foi concretizado
Naquele dia a alvorada em Licinga (Vila Cabral),  bem cedo,pois a jornada antevia-se activa às muitas visitas agendadas aos antigos aquartelamentos,localizadas no corredor de Metangula. Previam-se várias emoções de alguns  companheiros,aquando da passagem por certos lugares.A primeira de uma delas,foi quando parámos junto ao RIO LUALECI,para prestarmos uma simbólica homenagem aos 3 camaradas da CCAÇ 1560 que lá tombaram.



Na foto em cima, o Alf. Oliveira a conversar com o antigo "Mainato" do falecido em combate Alf. Luís Ambar. Este Moçambicano em 2004 ainda se lembrava dos militares da CCAÇ 1560 e tudo fez para conservar o Memorial que o Fernando Oliveira na foto em baixo,um dos seus autores, contempla com nostalgia e prestando homenagem aos Militares Portugueses da CCAÇ 1560 que tombaram em Maniamba.

















segunda-feira, 4 de novembro de 2019

PERIPÉCIA "II" DA CCAÇ 4141 no LUNHO


Entrei na arrecadação pela porta que dava para o posto da “Breda”
A porta da frente fechada e o Perdigão através da rede do postigo olhava
para a parada.
Que se passa? ...Indaguei
A custo lá foi dizendo ...
O Alferes veio aqui com um rolo de fita adesiva e levantou umas
“verdinhas”.... e atou-as. Espera que já vais ver!!
E sem arredar da porta olhava para o lado do quarto pelotão.
E mais não adiantou.
Fiquei naturalmente curioso e a partir daquele momento também me
posicionei como espectador, tentando observar tudo e todos que andavam
pela parada e esperando o resultado que calculei seria ruidoso.
A manhã ia a meio.
Estava no mato a decorrer uma operação operação a nível de companhia e um grupo
tinha saído em duas viaturas para o lado de Nova Coimbra, se a memória
não me falha.
No quartel quase só “aramistas”, como os ossos companheiros designavam
todos os não profissionais do gatilho e os que com regularidade não saiam
do quartel para as operações na mata ou na picada.
Talvez nesse dia lá estivéssemos poucos mais que dezena e meia.
Hoje a nove dias de comemorarmos quarenta e cinco anos do nosso
regresso a Lisboa, relato o que observei e que por certo será uma pequena
parcela desta história que companheiros aqui presentes mais saberão.
Para quem mais privou com o nosso segundo sargento sabe que ele
parodiava um pouco com as palavras e com as situações. Foi o que fez
quando um dia me falou de um ataque sofrido durante uma comissão que
tinha feito salvo erro em Angola.
Comigo a conversa foi sobre a hipótese de a qualquer momento levarmos
umas morteiradas e da observação que lhe fiz acerca das vigas de ferro e
dos sacos de areia no telhado da caserna, onde ele e o nosso primeiro
habitavam e que os protegia, em contraste com as restantes.
Proteção suficiente no meu entender em caso de ataque para eles nada
sofrerem.
Olhou-me e com ar sério e com resposta rápida afirmou.
Não senhor!
A velha ponte do Lunho
Que correria para o abrigo subterrâneo e que era muito rápido a correr ...
que em Angola tinha sido tão rápido a chegar a um que passaram a
conhecê-lo pelo “Zatopek da mata”. Saiu-lhe aquela para parodiar comigo
por certo.
Achei graça com a comparação feita ao grande corredor Checo e nem por
sombras imaginei a cena que no futuro observaria no Lunho.
Naquela manhã entre a caserna do quarto pelotão e o monte da lenha no
meio da parada, andava o nosso primeiro em calções e troco nu com a
dificuldade conhecida, (obra do reumático segundo dizia) e ao mesmo
tempo ia rodando as mãos sobre o peito. Gesto frequente durante os
passeios que fazia pelo quartel.
Eu e o Perdigão continuávamos a olhar para a parada sem saber o que
iríamos ver ou ouvir.
O estrondo foi enorme, as chapas do telhado rangeram e a coluna de pó era
bem alta acima dos telhados por detrás das transmissões.
Não sei quantas granadas rebentaram ao mesmo tempo.
O nosso primeiro correu com tal velocidade em direcção ao abrigo entre a
cantina e a messe que eu juraria até aquele momento, ser impossível
alguém com tanta dificuldade de movimentos conseguir.
Os calcanhares batiam nas nádegas.

A nova ponte do Lunho
Lembrei-me do Zatopek e da conversa do nosso segundo, mas não me
recordo se também ele testou na prática a fama de velocista.
Eu e o Perdigão rimos a bom rir com a cena. Por certo também mais alguns
e uns tantos apanharam um valente susto.
Deste exercício de fogo real, efetuado pelo nosso alferes para testar a
reação dos aramistas em caso de ataque, aqui vos deixo o relato do que
vimos através da janela da arrecadação num dia em meados do ano de
1973.

Páginas

Páginas

Armamento e comunicações

Clique em play-in memories dos camaradas falecidos.