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Livros da guerra colonial

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domingo, 13 de outubro de 2024

O RAPTO, EM JULHO DE 1974, PELA FRELIMO DE UMA FAMÍLIA PORTUGUESA NA LOCALIDADE DE MORROLA EM NAMUNO EM MOTEPUEZ

Portugal Setembro 2024.  2024- D. Dolores e Amadeu Silva


Depoimento de Dolores Ferreira Cãmara

DOLORES FERREIRA CÂMARA (Canas do seu último casamento com Manuel Canas), 
em Morrola uma aldeia na localidade de Namuno, em Montepez região agro-pecuária de grande riqueza e muito conhecida pelas grandes plantações e fábrica de algodão.

Dolores era casada com o agricultor Celestino Rodrigues Pica, ela é natural da Ilha da Madeira e ele Alentejano e tinham vindo viver para Morrola ao abrigo do sistema colonial dos chamados "Colonatos",

Na região, a partir de 1973, começaram a haver algumas incursões  de guerrilheiros da FRELIMO que amedrontavam os agricultores portugueses ligados ao colonato.

Numa noite de Julho de 1974 Dolores, seu esposo Celestino  e a sua filha Celestina de cerca de 5 anos foram feitos reféns por um grupo de guerrilheiros da FRELIMO e levados a caminhar durante vários dias pelas matas de  Cabo Delgado em direcção ao Rio Rovuma passando por Nacatári e a região de  Muidumbe. Dolores estava de novo  grávida. Havia também como refém uma senhora sul-africana.

Pernoitaram em várias sub-bases ou pequenos destacamentos da FRELIMO durante o trajecto que os levou até às margens do Rio Rovuma que atravessaram a vau e caminharam até à região de Newala já em território tanzaniano

Daí foram levados em camiões até ao hospital da FRELIMO  na região de Mtwara também em território tanzaniano onde permaneceram cerca de 2 meses.




Depois da assinatura do Acordo de Lusaka a 7 de Setembro (entre o o governo português e a FRELIMO e que punha fim às hostilidades) foram transportados para Nampula de avião, no mesmo aparelho que transportava os soldados portugueses do golpe de mão de 1 de Agosto de 1974 do aquartelamento de Omar- Nambiriau no norte de Cabo Delgado. Estes vinham de Nachigweia (quartel general da FRELIMO na Tanzânia) onde haviam estado como prisioneiros de guerra.

Dolores e o marido continuaram em Cabo Delgado após a independência fazendo várias actividades até à morte deste.

Dolores casou-se em segundas núpcias com Manuel Canas próspero criador de gado de Mecúfi no sul de Cabo Delgado.

Dolores e filhos continuam a ter uma grade actividade naquela província de Moçambique.






1 comentário:

  1. Boa tarde, existe alguma forma de entrar em contacto com o Camilo de Sousa, autor do texto? Grato pela atenção.

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