quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
“ EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVE A HISTÓRIA”
Por: Fernando Marques Oliveira
CCAÇ 1560
Assim se iniciou a alocução proferida a 21 de Janeiro de d1968, aquando da inauguração do monumento alusivo à passagem por Maniamba da CCAÇ 1560.
Naquele tempo, fomos cimentando a ideia de que algum marco deveria ficar no quartel para que, desta forma, se perpetuasse a passagem da 1560 por terras de MANIAMBA.
Foi então que nos ocorreu a construção dum singelo, mas significativo, monumento que marcasse não só “os momentos de alegrias, onde éramos assaltados pelas saudades dos ente queridos”, mas também “ os de muita amargura e tristeza, aqueles em que vimos cair em combate alguns dos nossos camaradas”.
Rebuscando no nosso baú de recordações, conseguimos encontrar duas significativas fotografias que nos ajudarão a explicar, mais claramente, a sua simbologia.
Assim o monumento (1º Foto), para cuja concepção muito contribuíram o médico da companhia, Dr. Licínio Poças e o Alferes Pedro Salazar, assenta numa Cruz de Cristo feita em capim e pedra tendo a cercá-la uma vedação de pilares de madeira com corrente de ferro. O pedestal, é constituído por um tronco de pirâmide, tendo numa face a inscrição BCAÇ 1891, noutra CCAÇ 1560, noutra, ainda, a expressão com que se inicia a alocução, finalmente, na quarta face o nome de todos os camaradas caídos em combate (2ª Foto). Sobre o pedestal, assentam as mãos em oração tendo-lhe sido cravado entre o polegar e os restantes dedos unidos, um espigão encimado com a
Cruz de Cristo.
Na inauguração, presidida pelo Comandante do Batalhão Tenente-Coronel José Rodrigues Maria da Matta, formaram as tropas em parada.
Lembrámo-nos de narrar este facto, ocorrido em 1967, por entender-mos que ele é, seguramente UM POUCO DE HISTÓRIA DA GRANDE HISTÓRIA “ escrita” pela Companhia 1560 por terras de Moçambique.
Gostaríamos, muito sinceramente, de um dia voltar a Maniamba para recordar os tempos que lá passámos.
NOTA: Em itálico excertos da alocução proferida na inauguração do Monumento
Texto transcrito da Revista nº5 “O Batalhão” de 1999
“ EIS PRECISAMENTE COMO SE ESCREVEU A HISTÓRIA”
Em Setembro de 2004, um grupo de companheiros foi em romagem de saudade a Moçambique. E o sonho do Fernando Oliveira e de outros companheiros foi concretizado.
Naquele dia a alvorada em Lichinga (Vila Cabral), aconteceu bem cedo, pois a jornada antevia-se activa às muitas visitas agendadas aos antigos aquartelamentos, localizados o corredor de Metangula.
Previam-se tabém várias emoções por parte de alguns companheiros, aquando da passagem por certos lugares.
A primeira de uma delas, foi quando parámos junto ao RIO LUALECI para prestar uma simbólica, mas sentida homenagem a três camaradas da CCAÇ 1560 que faleceram a 28 de Fevereiro de 1967 ( Ver no Blog a crónica de Germano Rio Tinto “TODOS FOMOS PORTUGAL”, em consequência do accionamento de duas minas anti-carro quando ali se deslocaram para verificar a segurança da ponte.
O Fernando Oliveira, na foto de camisa branca, foi um dos, então, se deslocou ao local para prestar auxílio aos camaradas sinistrados.
Nas fotos obtidas Maniamba pode-se ver o Fernando Oliveira a conversar com o “Mainato” do Alf. Âmbar, morto em combate em 1967 naquela região. Na outra foto, o Manuel Pedro Dias junto ao Monumento de homenagem aos falecidos da CCAÇ 1560.
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