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Livros da guerra colonial

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

BRINFING SOBRE A ACTIVIDADE DOS FUZILEIROS ESPECIAIS NO NIASSA NO PERÍODO DE OUTUBRO DE 1963 ATÉ SETEMBRO DE 1964

 BRINFING

ACTIVIDADE OPERACIONAL DESTACAMENTOS ESPECIAIS FUZILEIROS.

De Setembro a Novembro as informações referentes a concentrações de populações fugidas e de acampamentos IN permitiram uma actuação dos Destacamentos com objectivos definidos. Assim,, em exploração imediata e com a utilização de guias, foram destruídas diversos acampamentos militares e muitos acampamentos civis. Devido a esse constante pressão e à destruição desses acampamentos, o IN começou a apresentar sinais de desorganização na zona ribeirinha. Como consequência das operações efectuadas, as populações que estavam quase todas no mato e sob controle do IN, começaram a apresentar-se nas povoações anteriormente abandonadas.

Entrou-se então numa nova fase. que ainda se sentem, com a realização de operações tendentes a contactos e defesa das populações e de operações sem objectivos definidos com a missão de afirmar a nossa presença e de evitar um clima de insegurança ao IN,. O DFE 12, devido a estarem concentrados na sua zona de acção todos os núcleos populacionais, tem tido uma acção particularmente feliz neste campo. Actualmente, com raras excepções, todas as  povoações da zona ribeirinha já receberam a visita das forças navais as quais têm sido muito bem recebidas.

Ultimamente o DFE 1, em operações na zona do CÓBUÉ tem deparado com grupos IN  ou colunas de reabastecimento que, apesar da presença constante de uma L/F em serviço de fiscalização, continuava a utilizar a via tradicional  de infiltração a partir da fronteira Norte caminhando para Sul junto à margem do Lago. Uma das vezes a L/F estava  a 20 metros da margem e não detectou um grupo que seguidamente foi atacado pelo DFE1 que estava  emboscado. Nos dois contactos ultimamente havidos na zona a Norte  de MANHAI verificou-se que o IN começa a actuar com mais técnica, sabendo retirar com ordem, protegendo-se nos acidentes de terreno e recuando em zig-zag, defendendo a retirada com fogo de retardamento. Além disso já não abandona todo o material como há uns tempos atrás.


Nas acções para Norte de MANHAI tem-se utilizado as LDP somente para transporte de e para o CÓBUÉ e o apoio às operações tem sido efectuado pela L/F em serviço. Com este procedimento tem-se alcançado surpresa pelo que a presença de L/F na área já se torna familiar, sabendo o IN que essa presença não implica acções em terra.

LDP
Em virtude da actual desorganização do IN e do seu pouco poder agressivo, a partir de DEZEMBRO, os Destacamentos têm começado a actuar fundamentalmente com aumento nítido de rendimento e diminuição de cansaço. Este sistema tem tido como inconveniente um esforço maior da LD que têm estado quase sempre em serviço permanente com muDELAS ito curtos períodos de descanso.
Tem-se procedido ao conhecimento sistemático da costa tendo em vista a realização de futuras acções ofensivas conjuntas em que os Destacamentos foram utilizados de um medo demasiadamente ofensivo, com marchas de grande duração e notáveis infiltrações para o interior. Numa delas o DFE 12 percorreu 120 Kms. Essas operações provocaram um menor rendimento do pessoal e aumento nítido do cansaço. Eram percorridos  grandes distâncias em períodos de tempo curtos o que obrigava o pessoal, contrariamente ao determinado, a utilizar carreiros ou atalhos. Daí resultaram 2 das baixas havidas.. Presentemente é doutrina deste Comando a duração das operações quando for necessário percorrer grandes distâncias.

Das acções havidas há salientar as seguintes:

De Destacamento Fuzileiros Especiais nº 1

Durante a realização de uma operação  uma LDP capturou uma casquinha com dois tripulantes no extremo Norte da ilha de LIKOMA. Um dos tripulantes depois de interrogado declarou que conhecia a localização de um acampamento no rio UNGA. Foi preparada imediatamente uma operação. O desembarque efectuou-se de noite. Quando o Destacamento já estava perto do acampamento ao alvorecer, uma sentinela abriu fogo e logo a seguir mais tiros do IN. O DFE 1 abriu então fogo atingindo a sentinela que conseguiu fugir mas largou a arma. Logo a seguir precedeu ao assalto ao acampamento mas entretanto o IN conseguiu fugir. Foram detectados vários rastos de sangue o que prova que houve mais baixas do IN. Foi capturado muito material de guerra, e destruído o acampamento que era constituído por 80 palhotas.

Outra operação, também do Destacamento Fuzileiros Especiais nº 1 LIPOXE

O Destacamento emboscado num monte sobranceiro ao carreiro junto ao LAGO, detectou um grupo de 10 IN. Foi deixado que o grupo se aproximasse e na altura devida foi aberto fogo sendo imediatamente este correspondido pelo IN.
Alguns terroristas foram claramente atingidos mas apesar disso começou a retirada na maior ordem. Pedido o apoio da L/F MARTE que estava em serviço de fiscalização e de apoio à operação, esta abriu imediatamente fogo de QUERLIKON e de MG 42. O seu tiro regulado pelo pessoal de terra, revelou-se ao Destacamento avançar. Por vezes o fogo tinha que ser feito para 100 metros à frente do pessoal do Destacamento. A MARTE manobrou sempre para as zonas  de melhor campo de tiro qe eram também as mais expostas ao fogo que o IN pudesse fazer. O Destacamento teve que atravessar um rio caudaloso em que foi necessário formar um cordão de homens com mãos. Nessa altura foi severamente flagelado. O IN não foi alcançado mas foram encontrados muitos sinais de sangue, O DFE 1 mostrou muita decisão e vigor e o apoio da MARTE foi oportuno e eficaz.



OPERAÇÃO REALIZADA DE 14/15 DE NOVEMBRO DE 1965 (TECHIA)

O DFE 12 embarcou numa LDM efectuou o desembarque durante a noite. Apesar da desorientação do guia, foi ainda possível a detecção dum acampamento IN, em virtude da exploração imediata de informações obtidas por interrogatório de prisioneiros efectuados durante a operação,
Já muito próximo do acampamento o IN abriu fogo em retirada. O DFE 12 reagiu imediatamente e provocou 4 baixas ao IN.
Da operação resultou ainda a captura de bastante material de guerra, medicamentos e passes individuais. O acampamento do WASI foi destruído.

OPERAÇÃO DE BATIDA REALIZADANA REGIÃO DE TCHIA

O DFE 12 foi dividido em dois grupos, efectuando-se o desembarque à mesma hora , um a norte e outro a sul da zona a bater.
As LDF foram comboiadas por uma L/F, o que permitiu, certamente, a surpresa dos desembarques.
Um dos grupos detectou e destruiu um acampamento IN abandonado e capturou um indivíduo que veio a dar informações muito importantes e conduziu o Destacamento a outro acampamento.
O outro grupo detectou igualmente, durante a batida, um acampamento que foi abandonado precipitadamente. Perseguido o IN, foi aberto fogo e foram encontrados vestígios  de sangue, tendo-se causado possíveis baixas.
Neste acampamento foi capturado material especialmente armamento.
Além das operações propriamente ditas, ambos os Destacamentos têm sido usados  utilizados intensamente em serviços de defesas das bases, emboscadas nocturnas, acções de  polícia e obras de defesa o que aumentaria e muito, caso fosse considerada, a média mensal de operações, Essa utilização dos Destacamentos diminui quando chegou a CF6.

A média mensal de utilização os Destacamentos em operações foi o seguinte:

DFE   1 ----11.7 dias
DFE 12 ----10.3 dias  
 
O número de acções de fogo foram as seguintes:

DFE   1 ---- 4
DFE 12 ---- 8

Baixas havidas

DFE   1 ---- M -- F 2
DFE 12 ---- M - 1   F --1


Tem-se verificado a grande falta que um oficial de informações que se possa dedicar inteiramente a esse serviço.Existem muitas fontes de informações que não podem ser devidamente exploradas, os interrogatórios de prisioneiros  e suspeitos são sempre muito demorados. Impões-se a criação de uma  rede de informações. A burocracia e arquivos de SIM tem que ser devidamente sistematizados

O COMANDANTE

António Bénard da  Costa Pereira

Capitão de Fragata





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