Kaúlza de Arriaga e Armindo Videira, comandante do COFI |
A situação em Cabo Delgado,em finais de 1969,era de acentuada pressão sobre os aquartelamentos militares Portugueses,com a minagem dos itenerários e ataques às colunas tácticas e logísticas,tentando a Frelimo expandir as suas acções para Sul do Rio Messalo.Espalhava-se a ideia de que o planalto central era zona inacessível às tropas Portuguesas depois de,no final desse ano,unidades de Páraquedistas e Comandos não terem coseguido alcançar as grandes bases da guerrilha,Gungunhana e Moçambique.No primeiro trimestre de 1970,verificou-se a intensificação da guerra,com a Frelimos a ultrapassar o Rio Messalo,em direcção ao Lúrio,e a confirmação de acções em Tete/Cahora Bassa.A actividade da guerrilha aumentou mais de 40%,continuando a caber a maior percentagem ao emprego de minas.O contínuo agravamento da situação militar e a impossibilidade de aumentar o esforço de guerra,quer em efectivos Metropolitanos quer em material de combate,levaram o Gen.Kaúlza de Arriaga,ainda como Comandante do Exército,a intensificar a formação de unidades de recrutamento local,que utilizaria intensamente como Comandante-Chefe.Nos finais de 1969 ,foi formado o Batalhão de Comandos e formada a 1ª Companhia de Comandos de Moçambique.
O famoso BIGONE a desfilar em Lourenço Marques, com os seus GE de farda preta e boina amarela |
Em Abril de 1970, foi referenciada a presença de Samora Machel em Cabo Delgado, para apresentar os planos de uma grande ofensiva a executar em Junho e Julho. Esta visita fez aumentar a actividade militar da Frelimo a nível nunca igualado. De facto, enquanto no segundo trimestre de 1969 o movimento realizou 154 acções, das quais 98 foram minas, no primeiro trimestre de 1970 essas acções subiram para 685, sendo 646 de minas e no segundo para 759 e sendo 652 de minas.
Com este cenário em pano de fundo, o Genrral Kaúlza deArriaga, já como Comandante-Chefe decide lançar a operação "NÓ GÓRDIO", atribuindo a sua execução ao Comando Operacional das Forças Armadasa (COFI), criado em Novembro de 1969 para o emprego conjunto de forças do Exército, Marinha e Força Aérea em missões de grande envergadura em situações de emegência e em operações especiais.
A preparação para a operação "NÓ GÓRDIO" foi iniciada com a primeira experiência do COFI em Maio de 1970, na condução de uma grande operação ao longo da picada Mueda -- Mocímboa da Praia, (OPERAÇÃO ZETA) envolvendo unidades de Comandos, Pára-quedistas e Fuzileiros, apoiados por artilharia e aviação, a qual serviu de treino ao Estado - Maior do COFI e permitiu aliviar a pressão sobre um território fundamental para o apoio logístico à grande operação que se preparava.
Entretanto desde a tomada de posse do General Kaúlza de Arriaga que o seu quartel general em Nampula trabalhava nos preparativos que iriam concretizar o seu conceito de manobra em acções de contra-guerrilha: executar operações de grande envergadura sobre objectivos materializados no terreno, com o máximo de forças. Para tal processou-se intensa actividade de reparação e reunião de materiais, sobretudo artilharia e auto metralhadoras; transferiram-se depósitos de munições, combustíveis para o norte; prolongou-se a pista de Mueda, de modo a nela poderem operar aviões FIAT G 91, e em Nangololo, para receber NORD-Atlas de transporte; deslocaram-se efectivos de sul para norte, incluindo algumas unidades em fim de comissão: receberam-se novos materiais, especialmente alguns detectores de minas e rádios; e preparou-se finalmente, um plano de acção psicológica destinado às populações e forças portuguesas.
O início da operação "Nó Górdio" foi marcado para o dia 1 de Julho de 1970, com a presença do General Comandante-Chefe e do seu Estado Maior em Mueda, prolongando-se até 6 de Agosto. Nela participaram mais de 8.000 homens, que representavam cerca de 40% dos efectivos das tropas de combate que eram de cerca de 22.000 homens, uma concentração que esgotou as reservas disponíveis, pois empenhou a totalidade das unidades de forças especiais, (Comandos, Pára-quedistas e Fuzileiros) e os Grupos Especiais (GE) recém criados, mais a quase totalidade de Artilharia de campanha, unidades de reconhecimento e de Engenharia.
O conceito da operação assentava num cerco e batida com grandes meios, prevendo o isolamento da área do núcleo central do planalto dos Macondes, onde se encontravam as grandes bases GUNGUNHANA, MOÇAMBIQUE e NAMPULA, através dum cerco ao longo dos itinerários MUEDA-SAGAL-MUIDUMBE-NANGOLOLO-MITEDA-MUEDA, com a extensão de 140 Kms e, após conseguido o isolamento da área, o assalto e destruição dos principais objectivos do núcleo central.
OBJECTIVO A -- BASE DE ARTILHARIA GUNGUNHANA
OBJECTIVO B -- BASE PROVINCIAL MOÇAMBIQUE
OBJECTIVO C -- BASE NAMPULA
A manobra seria apoiada no terreno com fogos de artilharia e de aviação, em acções de flagelação e de concentração sobre os objectivos
MAPA DA OPERAÇÃO NÓ GÓRDIO |
As acções militares deveriam ser conjugadas com intensa campanha de acção psicológica, para provocar a rendição e desmoralização do inimigo.
Os agrupamentos de cerco seriam constituídos por unidades de caçadores e por unidades de reconhecimento, realizando as primeiras emboscadas em permanência, enquanto as segundas patrulhariam os itinerários.
Os agrupamentos de assalto disporiam de uma composição inter-armas, do tipo task-force, incluindo unidades de de forças especiais, forças regulares, de apoio de fogos de artilharia e morteiros e de engenharia. A esta cabia papel de grande sacrifício e risco na abertura das picadas tácticas desde as estradas MUEDA- MITEDA e MITEDA-NANGOLOLO, até à proximidade dos objectivos, onde seriam criadas as bases de ataque para as forças de assalto.
A operação concebida como manobra de tipo convencional, em que se pretendia alcançar com uma ataque em força o que do antecedente não fora conseguido, empregando a surpresa.
CLIKA AQUI PARA LERES A CRÓNICA: "NÓ GÓRDIO" A VERSÃO DE QUEM LÁ ESTEVE
EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO
Para cumprimento do plano foram constituídos sete argumentos: dois para o cerco (norte-Sul) e quatro de intervenção, um para cada objectivo e um para reserva.
1 de JULHO. IInício. Os agrupamentos de cerco começaram a sua instalação. Os agrupamentos de assalto "A" e "B" principiaram o movimento para o objectivo.
3 de JULHO. O agrupamento de assalto "B" (Pára-Quedistas) iniciou a progressão de Nangolo para o objectivo "B" Base Moçambique, com o apoio da Engenharia na abertura da picada desde CAPOCA até GOLE
4 de JULHO. O agrupamento de assalto "A" (Comandos) chegou à base de ataque, a 2 Kms do objectivo - base Gungunhana.
5 de JULHO. Realizou-se a primeira tentativa de assalto à base Gungunhana, que não se encontrava na localização prevista.
6 de JULHO. Foi localizada e assaltada a base Gungunhana, que fora abandonada recentemente.
Estava localizada na encosta de uma pequena colina, na base Moçambique o interior de mata densa, ocupava uma área de 100x500 metros, dispunha de mais de 100 palhotas, era circundada por uma vala e tinha abrigos contra morteiros e ataques aéreos.
Foi assaltada a base Moçambique pelas forças Pára-Quedistas. Era constituída por cerca de 200 palhotas e encontrava-se abandonada há cerca de 2 meses
12 de JULHO. O agrupamento de assalto "C" (Fuzileiros) iniciou o deslocamento de MUEDA para o objectivo "C" Base Nampula.
15 de JULHO. Foi atingido o objectivo "C" a base de Nampula era constituída por cerca de 50 palhotas e encontrava-se abandonada há cerca de 2 meses
16 de JULHO a 6 de Agosto.Realizaram-se acções de permanência. Após os ataques aos objectivos "A"-"B"-"C" foram organizadas bases temporárias nas suas proximidades e atribuídas áreas de responsabilidade aos agrupamentos de ataque, com a finalidade de eliminar da zona as unidades de guerrilha ainda activas. As forças de cerco mantiveram-se em posição até 2 de Agosto, realizando emboscadas e implementarem armadilhas, para completar e melhorar a manobra. Em coordenação com as acções militares.
Em coordenação com as acções militares foram realizadas operações psicológicas com a finalidade de separar as populações dos guerrilheiros, desmoralizar os combatentes e fomentar as apresentações, considerando que a Frelimo controlava cerca de 60.000 pessoas na zona do planalto.
Para esse efeito, foi instalada em MUEDA uma secção de apoio psicológico, constituídas equipas de recepção de refugiados em SAGAL, DIACA, MITEDA e MUIDUMBE e equipas de acção psico-social em MUEDA e SAGAL. Também as autooridades administrativas receberam instruções para armazenar reservas de víveres, a fim de fazerem face às necessidades imediatas de apresentados e capturados.
A FRELIMO, apesar da Operação "NÓ GÓRDIO", não foi impedida de actuar em qualquer dos teatros de operações. A sua actividade no terceiro trimestre de 1970 provocou as seguintes baixas e destruição às forças portuguesas, nas zonas não abrangidas pela Operação.
No Distrito do Niassa: 17 mortos, 77 feridos graves e 14 viaturas destruídas
No Distrito de Cabo Delgado: 25 mortos, 70 feridos graves e 33 viaturas destruídas.
Distrito de Tete: 51 mortos, 192 feridos graves e 60 viaturas destruídas.
Os agrupamentos de cerco seriam constituídos por unidades de caçadores e por unidades de reconhecimento, realizando as primeiras emboscadas em permanência, enquanto as segundas patrulhariam os itinerários.
Os agrupamentos de assalto disporiam de uma composição inter-armas, do tipo task-force, incluindo unidades de de forças especiais, forças regulares, de apoio de fogos de artilharia e morteiros e de engenharia. A esta cabia papel de grande sacrifício e risco na abertura das picadas tácticas desde as estradas MUEDA- MITEDA e MITEDA-NANGOLOLO, até à proximidade dos objectivos, onde seriam criadas as bases de ataque para as forças de assalto.
A operação concebida como manobra de tipo convencional, em que se pretendia alcançar com uma ataque em força o que do antecedente não fora conseguido, empregando a surpresa.
CLIKA AQUI PARA LERES A CRÓNICA: "NÓ GÓRDIO" A VERSÃO DE QUEM LÁ ESTEVE
EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO
Para cumprimento do plano foram constituídos sete argumentos: dois para o cerco (norte-Sul) e quatro de intervenção, um para cada objectivo e um para reserva.
1 de JULHO. IInício. Os agrupamentos de cerco começaram a sua instalação. Os agrupamentos de assalto "A" e "B" principiaram o movimento para o objectivo.
3 de JULHO. O agrupamento de assalto "B" (Pára-Quedistas) iniciou a progressão de Nangolo para o objectivo "B" Base Moçambique, com o apoio da Engenharia na abertura da picada desde CAPOCA até GOLE
4 de JULHO. O agrupamento de assalto "A" (Comandos) chegou à base de ataque, a 2 Kms do objectivo - base Gungunhana.
5 de JULHO. Realizou-se a primeira tentativa de assalto à base Gungunhana, que não se encontrava na localização prevista.
6 de JULHO. Foi localizada e assaltada a base Gungunhana, que fora abandonada recentemente.
Estava localizada na encosta de uma pequena colina, na base Moçambique o interior de mata densa, ocupava uma área de 100x500 metros, dispunha de mais de 100 palhotas, era circundada por uma vala e tinha abrigos contra morteiros e ataques aéreos.
Foi assaltada a base Moçambique pelas forças Pára-Quedistas. Era constituída por cerca de 200 palhotas e encontrava-se abandonada há cerca de 2 meses
12 de JULHO. O agrupamento de assalto "C" (Fuzileiros) iniciou o deslocamento de MUEDA para o objectivo "C" Base Nampula.
15 de JULHO. Foi atingido o objectivo "C" a base de Nampula era constituída por cerca de 50 palhotas e encontrava-se abandonada há cerca de 2 meses
16 de JULHO a 6 de Agosto.Realizaram-se acções de permanência. Após os ataques aos objectivos "A"-"B"-"C" foram organizadas bases temporárias nas suas proximidades e atribuídas áreas de responsabilidade aos agrupamentos de ataque, com a finalidade de eliminar da zona as unidades de guerrilha ainda activas. As forças de cerco mantiveram-se em posição até 2 de Agosto, realizando emboscadas e implementarem armadilhas, para completar e melhorar a manobra. Em coordenação com as acções militares.
Em coordenação com as acções militares foram realizadas operações psicológicas com a finalidade de separar as populações dos guerrilheiros, desmoralizar os combatentes e fomentar as apresentações, considerando que a Frelimo controlava cerca de 60.000 pessoas na zona do planalto.
Para esse efeito, foi instalada em MUEDA uma secção de apoio psicológico, constituídas equipas de recepção de refugiados em SAGAL, DIACA, MITEDA e MUIDUMBE e equipas de acção psico-social em MUEDA e SAGAL. Também as autooridades administrativas receberam instruções para armazenar reservas de víveres, a fim de fazerem face às necessidades imediatas de apresentados e capturados.
A FRELIMO, apesar da Operação "NÓ GÓRDIO", não foi impedida de actuar em qualquer dos teatros de operações. A sua actividade no terceiro trimestre de 1970 provocou as seguintes baixas e destruição às forças portuguesas, nas zonas não abrangidas pela Operação.
No Distrito do Niassa: 17 mortos, 77 feridos graves e 14 viaturas destruídas
No Distrito de Cabo Delgado: 25 mortos, 70 feridos graves e 33 viaturas destruídas.
Distrito de Tete: 51 mortos, 192 feridos graves e 60 viaturas destruídas.
Nessa altura alguém não conhecedor da realidade. Estaria convencido de que era possível as tropas portuguesas, envolvidas numa guerra de guerrilha dela saírem vitoriosas!
ResponderEliminarTalvez, o Salazar pudesse ter evitado essa guerra. Onde milhares de jovens perderam a vida. Se antes tivesse tido inteligência para dialogar com os líderes dos movimentos nacionalistas?
Falácia!A frelimo estava derrotada!A operação nó ,Gordio levou os terroristas ao total desnorte ,e desanimo.Veja alguns videos,onde antigos terroristas dessa organização,afirmam que se a operação durasse mais algum tempo;esles não teriam aguentado!O grande General Kaulza foi traído ,pela escumalha desLisboa! Foi ela que salvou esses terroristas ,da sua aniquilação! Foram depois uma segunda vez salvos dfa destruição ,pela alta traição da Abrilada!As palavras estão gravadas ,ditas pelos próprios chefes dessa organização terrorista!Abra os olhos,e o cérebro!!Esas palavras entre outros,encontra-se declaradas no livro Portugal sem rumo; escrito pelo traidor Spinola!!
EliminarChamas de terroristas os donos do território???
Eliminar