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Livros da guerra colonial

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segunda-feira, 7 de junho de 2021

ENTREVISTA CONCEDIDA A UM JORNALISTA ESPANHOL PROVAVELMENTE EM JUNHO DE 1974 A MIGUEL MARRUPA E ÚRIA SIMANGO

 MIGUEL MARRUPA


P.-- Pode dar-me um breve resumo dos seus dados biográficos?                                                                        R.-- Chamo-me ARTUR MARRUPA, sou natural de PEBANE, Baixa Zambézia, exactamente nas margens da foz do rio Molócué, onde nasci a 8 de Janeiro de 1939.
Estudei no Seminário do ZOBUÉ, no Liceu PERO DE ANAIA, na BEIRA, tendo trabalhado no extinto DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE, de 1959 a 1962.
Nesse ano fui para o o então TANGANICA e para o GANA, onde trabalhei como locutor do RÁDIO GANA, secção portuguesa durante cerca de 1 ano. Em 1963 fui para os ESTADOS UNIDOS  DA AMÉRICA como bolseiro do programa norte-americano, conhecido por S.A.S.P.E., e frequentei as universidade de LINCOLN e HARWARD, nesta última bacharelei-me em ECONOMIA E FINANÇAS e em SOCIALOGIA, nos ESTADOS UNIDOS.
Em 1968, por insistência de EDUARDO MONDLANE e de URIA SIMANGO, então respectivamente presidente e vice-presidente regressei à TANZÂNIA, com a promessa de ser professor do INSTITUTO MOÇAMBICANO, e a garantia de regressar aos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, para continuar os estudos, 1 ano mais tarde.
Uria Simango e Eduardo Mondlane em Dar-es-Salam em 1963

Chegado à TANZÂNIA fui enviado para o campo de treinos da guerrilhas em NASH, mas reconhecidas as minhas aptidões para missões diplomáticas, fui nomeado ADJUNTO DE DEPARTAMENTO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA FRELIMO, e passei a fazer parte da COMISSÃO CENTRAL e da COMISSÃO EXECUTIVA  daquela organização.
Nessas funções me desloquei a diversos países da EUROPA. E 2 de MAIO de 1970, fui preso a pedido da FRELIMO, pela polícia TANZANIAN, encerrado durante 1 semana na PRISÃO POLÍTICA  da TANZÂNIA e entregue depois como prisioneiro político africano à FRELIMO.
Acompanhado por uma escolta policial armada num avião militar, propositadamente fretado para esse efeito, fui enviado para o CAMPO DE NASH onde estive prisioneiro durante cerca de 1 mês .
Condenado a trabalhos forçados, tendo sido espoliado de todos os seus haveres. Dali tentei fugir para alcançar o KÉNIA, mas fui novamente capturado e enviado sob prisão para as florestas ao Norte de Moçambique, onde deveria ser abatido, após um julgamento sumários dos chamados TRIBUNAIS DO POVO, pelos guerrilheiros que operam no PLANALTO DOS MACONDES.
Aqui porém aproveitando-me da grande perturbação causada pela operação militar "NÓ GÓRDIO", e animado pelas mensagens comunicadas pelas TROPAS PORTUGUESAS às populações e aos guerrilheiros, apresentei-me a uma patrulha militar, no SAGAL, no PLANALTO DOS MACONDES, em 6 de Novembro de 1970.
MIGUEL MARRUPA é actualmente Subdirector do semanário VOZ AFRICANA.
R.--Quero dizer: pertenço a um MOVIMENTO que ainda está em preparação, que só mais tarde se pode anunciar ao público.
Este MOVIMENTO tem exactamente a finalidade de unir todos os outros MOVIMENTOS de Moçambique, para formar uma FRENTE INTERNA diferente da FRELIMO.
A FRELIMO tem a sua ideologia, que não é a nossa, com a qual nós não concordamos, e achamos que em os que fazer aqui outra FRENTE com outra ideologia. Isto quer dizer que diz respeito à FRELIMO  temos praticamente um objectivo comum, que é a independência. É o único objectivo que temos com a FRELIMO aqui: Queremos a independência mas no que respeita a ideologia, somos diferentes.
P.--Que ideologia é  a deste movimento, o qual será o seu nome, uma vez que se constitua?
R.-- Bom. Ainda não se sabe, porque os outros GRUPOS POLÍTICOS  é que poderão determinar qual será o seu nome. Nós o que queremos formar exactamente, é uma FRENTE.
Sobre ideologia, a FRENTE em si não tem senão aquela ideologia com que todos os outros vão concordar. Uma cois é certa,é que não é MARXISTA, e não será uma FRENTE comunista, embora com orientação social. Eu acho que a orientação que todos aceitam, é a SOCIAL DEMOCRATA
P.-- E diga-me, neste MOVIMENTO, integrar-se-ia CONVERGÊNCIA DEMOCRÁTIC? 
R.-- Sim,todas as outras, quer dizer, os movimentos brancos e negros que existem em Moçambique.
P.-- Quer então fazer-me um pouco da história destes grupos que há com maioria preta, branca, (oh, perdão), negra, anteriores, e que podem englobar-se aqui, como por exemplo : "O GRECOMO", "O GUMO". como foi tudo isso?
R.-- Bom. Nós ainda estamos a negociar com eles, sobre as formas da integração. É claro, é difícil falar da história porque neste momento só nos preocupa conversar com eles e ver quais são os pontos comuns que nó temos, a fim de fazer essa integração. O mais importante para nós,é que, achamos que um MOVIMENTO verdadeiramente moçambicano, tem que partir de Moçambique, e não partir daqueles grupos que nós conhecemos, que utilizam a violência.
Quer dizer: nós aceitamos a FRELIMO mas não como um MOVIMENTO VIOLENTO. então será bem vinda. Desde o momento em que a FRELIMO deixe de representar certos interesses que nós consideramos estrangeiros, como são os CHINESES e  os RUSSOS, que sustentam a FRELIMO então, serão bem vindos.
Como vê, historiando as coisa básicas desse GRUPO, é que não queremos utilizar a violência como meio de obter a independência. Também não queremos ser subjugados a interesses estrangeiros. E quando digo estrangeiros, não me rifiro só`aos CHINA e  à RUSSIA, refiro-me também a todos os outros países estrangeiros. Queremos portanto, construir  um MOVIMENTO interno, a depender dos seus próprios meios internos, e não externos.
Evidentemente que também nos interessa um movimento multirracial, temos de englobar todas as raças. E ainda ter em consideração as diferentes étnias, que existem em Moçambique.
P.-- Como, exactamente, tê-las em  consideração a cada uma delas?
R.-- Bom, há vária étnias, por exemplo: a étnia MACONDE, a MACUA, a RONCA, etc...
O SAMORA MACHEL é simplesmente um guerrilheiro ambicioso, mas sem capacidades governativas nenhumas. Portanto, é um homem que não nos interessa para governar Moçambique. Além disso, eu acho que ele está terrivelmente comprometido com os CHINESES.
P.-- E que opinião nos dá acerca de URIA SIMANGGO?
R.-- Como sabe ele é um homem muito importante aqui, e sabemos que elementos da FRELIMO e dos DEMOCRATAS DE MOÇAMBIQUE, têm feito todo o possível para o atacar pessoalmente, mas atacam por causa do medo, o medo que eles têm por o homem ser capaz de arrastar multidões a seu lado, e nesse caso tornar a vida da FRELIMO difícil, impossível.
Atacam-no, mas eu acho que é um político iminente. Até será bom falar com ele, pois será muitíssimo útil.
P.-- Como poderei falar com ele
R.-- Podia combinar uma hora para lhe falar, e eu contactava com ele, porque onde ele está, não quer que ninguém lá vá.
(Reporter)-- Interessa-me muitíssimo
(Entrevistado)-- Então eu proporciono-lhe uma oportunidade
P.-- Que opinião me dá acerca de JOANA SIMEÃO?
R.--Não sei. Ela é boa política mas é muito precipitada, não sabe fazeras coisas com medida.É muito precipitada, e por isso estraga todo o seu trabalho
JOANA SIMEÃO

P.-- E de JOÃO MARCO?
R-- Ah ! Esse, pode falar com ele, pois é um político muito bem sucedido, muito moderno, e sabe o  quue faz. É da CDM (Convergência Democrática Moçambicana)
P.-- E sobre JORGE JARDIM, que opinião me dá?
R.-- Eu acho que também é uma pessoa importante, muito político, embora nesta os DEMOCRATAS tenham feito o possível para o pôr de lado. Mas eu acho que a importância de JORGE JARDIM, virá depois, não nesta altura.
Depois há-de vingar a sua importância. Mas talvez não vingue agora porque os DEMOCRATAS procurarão fazer tudo, para o caluniar e difamar etc..., nos jornais, pois é um orgão em que o povo acredita. É uma maneira de destruir um político, embora não seja uma maneira honesta.
No entanto acho que num futuro, a sua presença política em Moçambique, há-de vingar.
P.--Porquê este ódio contra o JARDIM, por parte dos DEMOCRATAS de Moçambique? e da FRELIMO? Porque é que, por exemplo, agora não pode entrar em Moçambique?
R.-- Eu não entendo. Eles é que se podem explicar, porque andam a atribuir-lhe coisa que não fez-
Acho que há duas coisas de que têm medo. A possibilidade que ele tem de criar uma força de brancos e pretos, e pode obstar à presença da FRELIMO . A presença, não, mas pelo menos a força da FRELIMO. Esta é a principal razão que eu vejo.
Ele como não é racista, tem possibilidade  de unir brancos e pretos, para um determinado futuro. Ao passo que os se intitulam DEMOCRATAS, não fizeram nada em ÁFRICA, não fizeram nada em Moçambique, pelo africano. Só agora é que saltaram de uma vez para dizerem que estão ao lado do africano.
O Engº JORGE JARDIM pode mostrar obras reais que ele fz 
P.--Por exemplo?
R.-- O facto e nas empresas dele, haver pretos em altas posições. Nenhumaempresa dos DDEMOCRATAS tem isso.
Nas empresas onde o  foi chefe o ENGº JARDIM foi chefe, há sempre possibilidade de haver pretos em altas posições, a ganhar da mesma maneira que o branco ganha, quuando ocupa a mesma posição.
P.--Que empresas são essas, por exemplo?
R.-- Aqui no NOTÍCIAS DA BEIRA, como vê eu estou cá, e ganho como qualquer outro.
Uma das calúnias contra o ENGº JORGE JARDIM, é que tem um grupo que deita bombas.
Pois é ! Dizem uma estúpida mentira. A própria polícia não pode provar isso.
P.--Então porque é que não o deixam entrar aqui?
R.-- Não o deixam entrar, porque o GOVERNO que está hoje em Moçambique é o GOVERNO DOS DEMOCRATAS. Portanto é um impedimento para ele?
O ministro interterritorial, ALMEIDA SANTOS é um democrático. Quando veio a Moçambique veio só escolher amigos dele para formar GOVERNO.
É um GOVERNO que não representa as opiniões de Moçambique, não representa as raças de Moçambique. Representa um grupo político, mais nada, que se chama DEMOCRATAS DE MOÇAMBIQUE.
P.-- ...?...
R.-- Mas como? Eu estava na prisão da FRELIM. Está a perceber? Como prisioneiro numa altura em que os militares chegaram no mato para atacarem, eu fugi.
Portanto é estúpido! o ENGº JARDIM estava na FRELIMO? 
Se eles disseremque o ENGº JARDIM estava na FRELIMO que o provem. Eu fugi da FRELIMO para aqui.
O que lhe digo. é que mais tarde eles de provar todas estas acusações, prerante um TRIBUNAL imparcial.
P.-- Como é que você explica os acontecimentos aqui na BEIRA, desde o passado 25 de ABRIL? Essas manifestações que houve. Esse pedido de armas, pela parte dos sectores brancos, e tudo isso, O que é que se passou?
R.-- O que se passou é o seguinte:
É que nós, depois do 25 de ABRIL, deu-se a entender que o GOVERNO PORTUGUÊS ia entregar isto à FRELIMO. O que muita gente não pode aceitar.
Por isso querem formar organizações, ou armarem-se, porque não querem a FRELIMO aqui. Isso é o motivo mais importante!
Outros como os DEMOCRATAS, correram logo a DAR-ES-SALAM, para verem se arranjavam uma amizade com a FRELIMO, para o caso da FRELIMO os olhar como amigos.
Engº JORGE JARDIM
P-- Quando tiveram lugar aquelas manifestações, e como foram?
R.-- As manifestações ocorreram em diversos casos. Para uns, a malta pequenina, pensam que quando vier a FRELIMO hão-de ter carro, hão-de ter prédio grande, dinheiro no Banco, e por isso viram para a FRELIMO. Há desses!
Outros são  aqueles que, sobretudo por parte dos DEMOCRATAS que têm medo que a FRELIMO tome conta disto e depois os expulse ou vai acusá-los, ou lhe vai cortar a cabeça, e portanto viram-se a favor da FRELIMO com medo, disfarçados, porque ainda há pouco tempo, antes do 25  de ABRIL,todos falavam mal contra a FRELIMO. Agora estão todos a favor, porque lhe têm medo..
Há outros que não querem a presença da FRELIMO aqui. Quer dizer a FRELIMO pode estar, desde que não esteja armada. E essaé a opinião dos grupos que dizem que a FRELIMO só é bem-vinda, quando não tiver armas. S eles estiverem armados, nós também temos de ter armas, senão, será um partido armado.

URIA SIMANGO

URIA SIMANGO

Eu nasci aqui na BEIRA. Estudei aqui. Formei-me como PASTOR EVANGÉLICO, tive uma missão como MISSIONÁRIO na Rodésia, e em 1958, começámos actividades políticas, dentro de Moçambique clandestinamente, enquanto na Rodésia formámos uma organização, que tendia a organizar as populações de Moçambique.
Muitos foram membros activos dessa organização que incluía, por exemplo, alguns elementos importantes da Revolução Moçambicana, como FILIPE MAGAIA, que foi assassinado, MIGUEL MARRUPA, que ainda existe, na Beira e Silvério Mungo também assassinado, e muitos outros.
Mais tarde esses núcleos que formámos, foram a base fundamental de organizações verdadeiramente políticas, como a ADEMANO, MAMO  e  outras, que mais tarde ao fundiram em 1962 em DAE-ES-SALAM para a FRELIMO.
FILIPE MAGAIA

Começámos a trabalhar, organizámo-nos dentro de Moçambique, formámos EXÉRCITO e em 1964 declarámos o começo da LUTA ARMADA.
Nessa altura o DRº EDUARDO MONDLANE era PRESIDENTE DA FRELIMO, eu continuei vice-presidente e muitos camaradas que presentemente se encontram connosco, participaram desde o início.
P-- Qual a sua ideologia?
R.-- A minha concepção da política, é esta: Que existem fases. Há uma fase da luta, que é a libertação. Que em princípio não é baseada numa orientação ideológica, seja CAPITALISTA, seja SOCIALISTA ou COMUNISTA.para sua vitória, que engloba todas as organizações da MASSA com ou sem ideologia.
Esta é a 1ª fase.
Uma vez atingido o objectivo, que é a libertação, aí começa a 2ª fase de orientação das estruturas, por exemplo, a estrutura económica, estrutura social cultural, educacional, etc...etc....
Já necessita, portanto, uma nova orientação, já baseada numa situação concreta, atingida depois da vitória.
Eu penso então que, para um desenvolvimento rápido económico, em Moçambique, não se baseia na ideia, que alguns dos amigos, que se encontram nas outras zonas, por exemplo MARCELINO DOS SANTOS, que pensa que é preciso unicamente,, estabelecer um sistema rígido comunista como base de recepção.
Marcelino dos Santos, Samora Machel, no julgamento de Uria Simango

Eu penso que para isso então, o que que dizer isso? Significa uma imposição duma ideologia que não respeita, que não toma em conta a realidade interna de Moçambique.
Então são essas variedades de situação que eu penso que é preciso que haja um sistema misto, em que o GOVERNO faça parte e COMPANHIAS privadas joguem também um papel importante.
Isto quer dizer, portanto, que continuaremos a aceitar investimentos de fora enquanto o GOVERNO por sua parte, vai continuar a jogar o seu papel para completar a situação  social, económica e cultural do País.
Isso tomada dessa maneira, existe uma forma de pragmatismo na solução dos problmas. Quer dizer: Cada problema , deve ser olhado concretamente e uma solução encontrada, na base de uma orientação e atingir um certo objectivo, um certo  fim.
P--Depois desta ruptura com a FRELIMO que fez o senhor?
R.-- Fui obrigado a deixar a FRELIMO porque conclui que estavamos a seguir, nos fazia afastar do povo.
A FRELIMO nas zonas onde lutou, não teve sempre as simpatias da população. Teve as simpatias das cidades onde não  actuou, porque aí não conhecem a FRELIMO.
Estive contra essa situação, que na população onde actuamos não tinhamos a simpatia nem o apoio do povo, porque a nossa política não vai em conformidade com os interesses, com a ajuda da população, que nós queremos libertar.
Ora isso significa, portanto,  que nós seríamos derrotados. E então depois disso, ao estar fora da FRELIMO, continuei a trabalhar, no sentido de encontrar uma melhor forma de resolver o problema da independência de Moçambique.
Então o que eu fiz? Estive no CAIRO, contactei com os estudantes que estavam fora e contactei com outras organizações políticas COREMO, GUMO, MOUMO, MANO, com interesses de unificação de forças, e que nasça uma organização  mais aceite, pela população e capazes de defender o interesse do povo.
E finalmente encontro-me  agora em Moçambique e tenho o mesmo fim, que  as organizações estejam unidas, e se processe o processo da independência o mais rapidamente possível.
Eduardo Mondlane e Uria Simango
P--
Quem assassinou Mondlane?
R.-- É difícil determinar o responsável pela morte dele, porque apareceu pelo correio o livro que continha a bomba, mas é muito difícil saber quem mandou o livro, embora se saiba o País de onde veio o livro.
P--Qual organização, a COREMO?
R.-- A COREMO
P--Quem mandou o dinheiro?
P--Não é preciso dizer?
...Existe, embora tivesse dificuldades recentes, porque o Governo da Zambia atacou as bases da COREMO, capturou os seus soldados, e fechou os escritórios da COREMO em LUSAKA.
Esses militantes da COREMO, ainda não estão livres, encontram-se sob control nas prisões da ZAMBIA.
P--Em que ano foram presos?
R.-- Há dois meses. Por altura das negociações do Sr. SOARES com a FRELIMO
P---Que pensa da FIRECOMO? QUE, AGORA, O IMPORT
R.-- FIRECOMO foi formada pelas organizações O CONGRESSO AFRICANO, pelo GUMO, da camarada JOANA. E o importante é tentar unificar todos. Todos deveriam estar unidos
P--Poderiam unificar-se mesmo como CONVERGÊNCIA DEMOCRÁTICA?
R.-- É muito difícil dizer isso presentemente, mas nós não estamos contra a ideia de ter uma cooperação larga com outras organizações, sejam elas políticas, sociais ou de qualquer outro ggénero, uma vez que apoiam a nossa causa que é a independência totale imediata de Moçambique.
P--Pensa que a FRELIMO é anti-branco?
R--
Só a  FRELIMO pode dar a resposta correcta. No entanto, a minha opinião é de que a FRELIMO está interessada em estabelecer um regime COMUNISTA. Nós podemos deduzir isso, se quer estabelecer se quer estabelecer um sistema comunista...
Qual é a filosofia de um sistema COMUNISTA? Sabendo que é em relação às RAÇAS...
P--Eu não conheço. Qual é?
R.-- Eu penso que o sistema que o sistema comunista aceita todos e marca um poder na classe operário, que quer dizer: nacionalização de tudo, eliminar COMPANHIAS com sistema de economia privado, as quais serão imediatamente nacionalidades se a FRELIMO tomar conta. Automaticamente todo o branco terá que sair, porque, em vez de expulsar fisicamente, toma conta de tudo, os brancos ficam sem nada e saiem.





























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