LIVRO DE OURO DO MUNDO PORTUGUÊS - Moçambique
VILA CABRAL, NOS ANOS DE 60 DO SÉCULO XX |
VILA CABRAL, capital do Distrito do Niassa, está situada a cerca de 1300 metros de altitude e a meia centena de kilómetros do Lago Niassa. O atraente e progressivo centro dos nossos dias teve a sua origem na antiga povoação de Lichinga, pertencente à Circunscrição de METONIA . Em 17 de Novembro de 1945, recebeu oficialmente a designação de Vila Cabral, numa homenagem ao antigo Governador-Geral José Ricardo Pereira Cabral. Por Portaria de 23 de Setembro de 1962 foi elevada à categoria de cidade, em reconhecimento do progresso verificado e da tenacidade de todos os que com a sua presença e trabalho preserverante, contribuíram para o desenvolvimento da capital do Distrito.
Hospital de Vila Cabral |
Com a extensão do caminho de ferro do Catur até à capital do distrito, mais um passo decisivo foi dado para a valorização da jovem cidade e do Concelho, cuja população era, pelo censo oficial de 1962 de 81.763 indivíduos.
De Vila Cabral irradiam as estradas que a ligam com Metangula e Maniamba e que entroncam na estrada que segue para Port Johnson, no Malawi. De Vila Cabral, as estradas estabeleceram também ligação para Nova Freixo, Nampula e litoral, que fica a cerca de 800 Kms de distância.
Pode dizer-se, do Distrito do Niassa, que é << uma terra nova que se encontra na fase de arranque para o progresso>> . O Distrito é receptivo às mais variadas actividades agrícolas: do algodão, em Omaramba e Marrupa, ao trigo nos planaltos, ao café, tabaco, leguminosas e fruteiras, estando a ser efectuados ensaios com soja, trigos e milhos.
PORTO ARROIO (Meponda em 1964 |
Está a ser encorajada, dada as condições favoráveis de que se reveste, a instalação de pequenas industrias: enlatados de frutas, salsicharia e lacticínios. Neste campo, prevê-se o aproveitamento industrial do Lago Niassa, em especial com a criação duma industria de pesca que terá os seus pontos de apoio em Metangula e Porto Arroio (Meponda) respectivamente a 120 e 60 Kms de Vila Cabral.
BASE NAVAL DE METANGULA NOS ANOS 60 DO SÉCULO XX |
AO CENTO O GOVERNADOR GERAL SARMENTO RODRIGUES. LADEADO PELO MAJOR COSTA MATOS E POR UM GRUPO DE COLONOS DE NOVA MADEIRA. |
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, é natural de Loulé, província do Algarve.Iniciou a sua vida no Ultramar, em Comissão de serviço, como militar, em Macau, com a patente de 1º Sargento, onde se manteve durante seis anos, após o que voltou à Metrópole.
Em nova comissão de Serviço, veio para Moçambique, onde esteve durante seis anos, reformando-se nessa altura em 1946.
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, conhecedor do Niassa, vendo que havia grandes possibilidades de fixação, resolveu fixar-se em Vila Cabral, dedicando-se à profissão de caçador. Mais tarde, em virtude da região ser fecunda em caça, vieram muitos outros caçadores. SOUSA CRISTINA deu por finda a sua vida de caçador.
Como nessa época não existiam lojas no mato, a não ser nas povoações grandes, e como espírito de iniciativa não lhe faltava, resolveu montar, com o que dispunha, construindo casas de construção primitiva - montando, assim, quatro lojas em diversos pontos da região do Alto Niassa, em pleno mato.
Anos antes de ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, ter tomado esta iniciativa, havia saído uma lei que favorecia a abertura dessas lojas, lei com o que o Estado procurava ajudar a fixação dos colonos.
Iniciou a sua actividade comercial em 1947, adquirindo, para poder vigiar o seu negócio, um automóvel usado, marca <>, que nessa época lhe custou sete mil e quinhentos escudos, e com ele percorria através de picadas, as distâncias que mediavam entre as suas várias lojas. Sempre prosperando, acabou acabou por possuir doze lojas, todas dispersas pelo mato.
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, possui, actualmente, sete lojas no mato e duas em Vila Cabral, sendo a maior a sede do seu comércio.
Votou,se de alma e coração à terra virgem mas fecunda desta bela região do Alto Niassa, que ama mais que a sua província natal o Algarve.
SOUSA CRISTINA, é um pioneiro convicto e feliz. Nada mais desejando do que continuar a sua vida de comerciante, e de verificar com os seus próprios olhos, numa romagem de saudade, o progresso do Algarve, e regressar, depois, às terras do Niassa, que passaram a ser parte integrante dele próprio, que ama, e ajudou com o seu esforço, a civilizar e a progredir.
VALIMAMADE JAMAL
VALIMAMADE JAMAL é filho de pais paquistaneses que se fixaram próximo da Ilha de Moçambique, numa área próximo do Mossuril, chamada Motomonho, tendo sido dada por seus pais a nacionalidade portuguesa. Nasceu a 15 de Agosto de 2027. Seus pais são comerciantes.
JOSÉ ALVES COTRIM DA SILVA GARCEZ, nasceu na Metrópole, na freguesia de Rio Cimeiro, concelho de Ferreira do Zêzere.
Veio para Moçambique com 25 anos de idade, empregando-se nas Obras Públicas, como assalariado, em Namapa, distrito de Moçambique.
Após um ano de trabalho nas Obras Públicas, colocou-se numa firma comercial, em Malema, onde se manteve durante nove anos. De Malema veio para Vila Cabral, onde comprou uma quota numa firma existente, tornando-se por esta forma sócio dessa firma.
Sete anos volvidos, JOSÉ GARCEZ, comprava as restantes quotas, ficando-lhe a pertencer a firma.
As suas actividades comerciais não ficaram por aí, dividindo-se por vários sectores, dedicando-se ao comercio geral, vendas a retalho para europeus e indígenas. Possui também um talho e uma padaria.
Igualmente se dedica à pecuária, possuindo mais de quatrocentas cabeças.
JOSÉ GARCEZ é casado com uma metropolitana, nascida na mesma freguesia de Rio Cimeiro, tendo cinco filhos.
Para este pioneiro das terras do Niassa, Moçambique é a sua terra, a quem vota um amor de filho, que tudo tem feito para o seu progresso e desenvolvimento, sonhando sempre em vê-la cada vez mais engrandecida.
É um homem que tem dado tudo por tudo, e revela, constantemente, esse amor à terra moçambicana, que ele adoptou como sua, dela falando com entusiasmo e carinho
Não é homem de letras, mas exprime nas suas palavras simples e claras, que sabe dizer o que sente e o que quer. É um homem rude mas de alma sensível, manifestando de forma inequívoca o seu portuguesismo.
Tem sido com homens da têmpora de JOSÉ GARCEZ, de espírito empreendedor, de sacrifício e amor pátrio, de autênticos pioneiros, que as nossas Províncias Ultramarinas se construíram e ergueram e serão pelos tempos fora um padrão imortal de gente lusa.
José Garcez construiu um prédio para habitação, comercio e industria, empreendimento com o qual muito valorizou a cidade de Vila Cabral.
MANUEL BRAZ DA COSTA nasceu na província do Alentejo, em Santo António das Areias no concelho de Marvão.
Veio de Lisboa para Moçambique. Estivera empregado na capital e tinha então 23 anos.
Fixou-se na cidade da Beira, colocando-se na serração de um tio. Volvidos seis meses BRAZ DA COSTA estabeleceu-se, passando a trabalhar por sua conta, comerciando em madeiras que eram vendidas para a Rodésia.
Nove anos depois, veio fixar-se no Niassa, na intenção de continuar o comércio de madeiras, mas em virtude das dificuldades que então existiam, sobretudo nas comunicações e também as grandes distâncias existentes, passou a dedicar-se à caça. Assim, foi caçador profissional durante nove anos
Foi em Dezembro de 1958 que obteve uma concessão de trezentos hectares para fomento agrícola. MANUEL BRAZ DA COSTA cultiva: milho, feijão e trigo.
Igualmente se dedica à pecuária possuindo cento e trinta cabeças de gado, bem como langero, com sessenta cabeças.
BRAZ DA COSTA tem sido um verdadeiro pioneiro do Niassa, muito contribuindo com a sua actividade para o desenvolvimento agrícola e económico deste distrito
Foi em maio desse ano que se veio fixar na província de Moçambique, empregando-se na Companhia dos Algodões, que nesse tempo era uma empresa luso-luxemburguesa, onde trabalhou durante quatro anos.
Depois colocou-se noutra firma, como gerente que se dedicava à serração de madeiras, aí se mantendo durante cinco anos.
Foi no ano de 1945 que veio para o Niassa, Vila Cabral, onde se estabeleceu com comércio geral e uma plantação de tabaco, em regime de sociedade.
ÁLVARO PASSOS PORTUGAL, actualmente possui duas lojas de comércio geral e uma garagem com estação de serviços e oficinas.
Durante estes anos que tem permanecido em Moçambique, apenas foi uma vez à Metrópole no ano de 1959. Casou em 1940, tendo duas filhas: a mais velha já casada, fixou-se em Moçambique e a mais nova é estudante.
A firma de ÁLVARO PASSOS PORTUGAL tem a designação de QUEIROZ&PORTUGAL Ldª
Este é um dos homens que igualmente tem contribuído com o seu esforço para o progresso da Província, e nomeadamente, no Distrito do Niassa, na cidade de Vila Cabral, onde se fizou há mais de duas dezenas de anos.
JOAQUIM ROBALO SALVADO
JOAQUIM ROBALO SALVADO é natural da freguesia de Medelim, concelho de Idanha-a-Nova. Veio para Vila Cabral em Março de 1953 com 24 anos.
A sua primeira colocação foi como empregado comercial na firma de Álvaro Cruxinho, em Vila Cabral, onde se manteve durante seis anos, ao fim dos quais se estabeleceu sozinho, no comércio geral.
Faz parte do seu comércio, uma casa de modas, uma mercearia e papelaria,uma de ferragens e materiais de construção.
É agente da Sonap de Moçambique, Companhia de seguros "A Mundial"; máquinas de costura Singer; pneus Mabor; e relógios Ómega e Tissot. é distribuidor de rádios Philips e frigoríficos Electrolux.
Tem a trabalhar como seu colaborador,um irmão, além de sete empregados europeus JOAQUIM ROBALO SALVADO é casado, tem dois filhos. Igualmente pertence ao Conselho Legislativo de Vila Cabral,
MANUEL FRANÇA DE LIMA
MANUEL FRANÇA DE LIMA, nasceu na Ilha da Madeira, em 1922. Veio para Moçambique em 1950. É casado, tendo quatro filhos nascidos na província. O primeiro lugar que teve quando chegou a Moçambique, foi como feitor agrícola, durante dois anos no Distrito de Lourenço Marques. O seu sonho no entanto, era tornar-se agricultor por conta própria.
MANUEL FRANÇA DE LIMA foi um homem muito trabalhador e honesto, considerado no meio agrícola do Niassa, não só pelos europeus como pelos nativos.Foi um verdadeiro pioneiro das terras do Niassa, que mercê do seu espírito empreendedor, conseguiu vencer todas as dificuldades que se lhe depararam, trazendo com o seu esforço, o progresso e o desenvolvimento agrícola a esta região da Província de Moçambique,onde sucumbiu,por grave desastre,já depois de escrita a sua biografia.
TEXTO RETIRADO DO LIVRO:
LIVRO DE OURO DO MUNDO PORTUGUÊS - Moçambique
Os território do Niassa que estavam sob a administração da Companhia do Niassa, foram reintegrados na administração directa do Estado, e separados em dois distritos, em Setembro de 1929. Assim ficaram constituídos os Distritos de Cabo Delgado e do Niassa.
VILA CABRAL, capital do Distrito do Niassa, está situada a cerca de 1300 metros de altitude e a meia centena de kilómetros do Lago Niassa. O atraente e progressivo centro dos nossos dias teve a sua origem na antiga povoação de Lichinga, pertencente à Circunscrição de METONIA . Em 17 de Novembro de 1945, recebeu oficialmente a designação de Vila Cabral, numa homenagem ao antigo Governador-Geral José Ricardo Pereira Cabral. Por Portaria de 23 de Setembro de 1962 foi elevada à categoria de cidade, em reconhecimento do progresso verificado e da tenacidade de todos os que com a sua presença e trabalho preserverante, contribuíram para o desenvolvimento da capital do Distrito.
Vila Cabral, pelo clima ameno e pela sua situação geográfica, mereceu a distinção que lhe foi conferida. O arranque de desenvolvimento posto em execução pelo Governo tem justificado as esperanças postas nestes distritos , geográfica e economicamente importante. O Estado tem ali erguido várias construções, sendo de destacar o Palácio das Repartições, a Escola técnica e a Aerogare; por sua vez, a iniciativa particular tem colaborado com entusiasmo.
Com a extensão do caminho de ferro do Catur até à capital do distrito, mais um passo decisivo foi dado para a valorização da jovem cidade e do Concelho, cuja população era, pelo censo oficial de 1962 de 81.763 indivíduos.
De Vila Cabral irradiam as estradas que a ligam com Metangula e Maniamba e que entroncam na estrada que segue para Port Johnson, no Malawi. De Vila Cabral, as estradas estabeleceram também ligação para Nova Freixo, Nampula e litoral, que fica a cerca de 800 Kms de distância.
Pode dizer-se, do Distrito do Niassa, que é << uma terra nova que se encontra na fase de arranque para o progresso>> . O Distrito é receptivo às mais variadas actividades agrícolas: do algodão, em Omaramba e Marrupa, ao trigo nos planaltos, ao café, tabaco, leguminosas e fruteiras, estando a ser efectuados ensaios com soja, trigos e milhos.
Dentro deste plano de arranque, foram já projectados os seguintes trabalhos: estudo do reajustamento administrativo do distrito: estudo e ampliação da rede de Radiocomunicações; electrificação dos Postos Administrativos: compra de tractores e alfaias para auxílio da assistência técnica ao agricultor.
Está a ser encorajada, dada as condições favoráveis de que se reveste, a instalação de pequenas industrias: enlatados de frutas, salsicharia e lacticínios. Neste campo, prevê-se o aproveitamento industrial do Lago Niassa, em especial com a criação duma industria de pesca que terá os seus pontos de apoio em Metangula e Porto Arroio (Meponda) respectivamente a 120 e 60 Kms de Vila Cabral.
Está a ser incentivada em grande escala a construção de escolas e postos sanitários em vários pontos de distrito e foram instalados na sede delegações doInstituto dos Cereais, da Junta do Comércio Externo e dos Serviços de Agricultura.
Metangula, no Lago Niassa, possui hoje uma capitania de Portos com boas instalações , oficinas, plano inclinado, etc... Entretanto procura-se desenvolver Porto arroio (Meponda) igualmente nas margens do Lago, principalmente sob o ponto de vista turístico.
Desenvolve-se na região conhecida por Nova Madeira um colonato formado por famílias madeirenses. Cada agricultor tem a sua casa sendo tecnicamente auxiliado pelos organismos do Estado.
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA |
Em nova comissão de Serviço, veio para Moçambique, onde esteve durante seis anos, reformando-se nessa altura em 1946.
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, conhecedor do Niassa, vendo que havia grandes possibilidades de fixação, resolveu fixar-se em Vila Cabral, dedicando-se à profissão de caçador. Mais tarde, em virtude da região ser fecunda em caça, vieram muitos outros caçadores. SOUSA CRISTINA deu por finda a sua vida de caçador.
ESTABELECIMENTO DE SOUSA CRISTINA |
Anos antes de ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, ter tomado esta iniciativa, havia saído uma lei que favorecia a abertura dessas lojas, lei com o que o Estado procurava ajudar a fixação dos colonos.
Iniciou a sua actividade comercial em 1947, adquirindo, para poder vigiar o seu negócio, um automóvel usado, marca <
ABÍLIO DE SOUSA CRISTINA, possui, actualmente, sete lojas no mato e duas em Vila Cabral, sendo a maior a sede do seu comércio.
Votou,se de alma e coração à terra virgem mas fecunda desta bela região do Alto Niassa, que ama mais que a sua província natal o Algarve.
SOUSA CRISTINA, é um pioneiro convicto e feliz. Nada mais desejando do que continuar a sua vida de comerciante, e de verificar com os seus próprios olhos, numa romagem de saudade, o progresso do Algarve, e regressar, depois, às terras do Niassa, que passaram a ser parte integrante dele próprio, que ama, e ajudou com o seu esforço, a civilizar e a progredir.
VALIMAMADE JAMAL
VALIMAMADE JAMAL |
VALIMAMADE JAMAL quis seguir a vida de comerciante, estabelecendo-se em Vila Cabral, no ano de 1953, no comércio geral e a retalho.
Iniciou a sua vida de comerciante com um estabelecimento. Presentemente possui três. Um é dedicado ao comércio para indígenas ; outro a artigos orientais e para indígenas; e o terceiro para armazém de atacado.
Em 1953 casou com uma portuguesa da região de Iapala, no Distrito de Moçambique.
Iniciou a sua vida de comerciante com um estabelecimento. Presentemente possui três. Um é dedicado ao comércio para indígenas ; outro a artigos orientais e para indígenas; e o terceiro para armazém de atacado.
CASA JAMAL |
Tem actualmente três filhos.
VALIMAMADE JAMAL é um espírito progressivo, homem trabalhador, que pretende continuar a aumentar a sua vida comercial, sentindo-se satisfeito por se ter fixado nesta região do Alto Niassa., que atravessa um período de grande desenvolvimento.
A esposa de VALIMAMADE JAMAL colabora com o seu marido, encontrando-se à frente de um dos seus estabelecimentos, a atender a clientela.
O prédio onde se encontram os armazéns por atacado é sua propriedade, e foi concluído em Janeiro de 1964, contribuindo com o seu esforço e perseverança para o progresso da cidade de Vila Cabral.
JOSÉ ALVES COTRM DA SILVA GARCEZ
JOSÉ ALVES COTRM DA SILVA GARCEZ |
Veio para Moçambique com 25 anos de idade, empregando-se nas Obras Públicas, como assalariado, em Namapa, distrito de Moçambique.
Após um ano de trabalho nas Obras Públicas, colocou-se numa firma comercial, em Malema, onde se manteve durante nove anos. De Malema veio para Vila Cabral, onde comprou uma quota numa firma existente, tornando-se por esta forma sócio dessa firma.
Sete anos volvidos, JOSÉ GARCEZ, comprava as restantes quotas, ficando-lhe a pertencer a firma.
CASA COMERCIAL de JOSÉ GARCEZ |
Igualmente se dedica à pecuária, possuindo mais de quatrocentas cabeças.
JOSÉ GARCEZ é casado com uma metropolitana, nascida na mesma freguesia de Rio Cimeiro, tendo cinco filhos.
Para este pioneiro das terras do Niassa, Moçambique é a sua terra, a quem vota um amor de filho, que tudo tem feito para o seu progresso e desenvolvimento, sonhando sempre em vê-la cada vez mais engrandecida.
É um homem que tem dado tudo por tudo, e revela, constantemente, esse amor à terra moçambicana, que ele adoptou como sua, dela falando com entusiasmo e carinho
Não é homem de letras, mas exprime nas suas palavras simples e claras, que sabe dizer o que sente e o que quer. É um homem rude mas de alma sensível, manifestando de forma inequívoca o seu portuguesismo.
PRÉDIO GARCEZ |
José Garcez construiu um prédio para habitação, comercio e industria, empreendimento com o qual muito valorizou a cidade de Vila Cabral.
MANUEL BRAZ DA COSTA
PROPRIEDADE AGRÍCOLA BRAZ DA COSTA |
Veio de Lisboa para Moçambique. Estivera empregado na capital e tinha então 23 anos.
Fixou-se na cidade da Beira, colocando-se na serração de um tio. Volvidos seis meses BRAZ DA COSTA estabeleceu-se, passando a trabalhar por sua conta, comerciando em madeiras que eram vendidas para a Rodésia.
Nove anos depois, veio fixar-se no Niassa, na intenção de continuar o comércio de madeiras, mas em virtude das dificuldades que então existiam, sobretudo nas comunicações e também as grandes distâncias existentes, passou a dedicar-se à caça. Assim, foi caçador profissional durante nove anos
1963 - 1ª EXPOSIÇÃO-FEIRA de VILA CABRAL |
Foi em Dezembro de 1958 que obteve uma concessão de trezentos hectares para fomento agrícola. MANUEL BRAZ DA COSTA cultiva: milho, feijão e trigo.
Igualmente se dedica à pecuária possuindo cento e trinta cabeças de gado, bem como langero, com sessenta cabeças.
BRAZ DA COSTA tem sido um verdadeiro pioneiro do Niassa, muito contribuindo com a sua actividade para o desenvolvimento agrícola e económico deste distrito
ÁLVARO PASSOS PORTUGAL
O pioneiro ÁLVARO PASSOS PORTUGAL nasceu na freguesia de Avelar, Distrito de Leiria. Em Maio de 1931 foi em comissão militar para a Ilhsa de Fernando Pó, onde se manteve até regressar à Metrópole em 1936.Foi em maio desse ano que se veio fixar na província de Moçambique, empregando-se na Companhia dos Algodões, que nesse tempo era uma empresa luso-luxemburguesa, onde trabalhou durante quatro anos.
Depois colocou-se noutra firma, como gerente que se dedicava à serração de madeiras, aí se mantendo durante cinco anos.
ESTAÇÃO DE SERVIÇO DE PASSOS PORTUGAL |
ÁLVARO PASSOS PORTUGAL, actualmente possui duas lojas de comércio geral e uma garagem com estação de serviços e oficinas.
Durante estes anos que tem permanecido em Moçambique, apenas foi uma vez à Metrópole no ano de 1959. Casou em 1940, tendo duas filhas: a mais velha já casada, fixou-se em Moçambique e a mais nova é estudante.
A firma de ÁLVARO PASSOS PORTUGAL tem a designação de QUEIROZ&PORTUGAL Ldª
Este é um dos homens que igualmente tem contribuído com o seu esforço para o progresso da Província, e nomeadamente, no Distrito do Niassa, na cidade de Vila Cabral, onde se fizou há mais de duas dezenas de anos.
JOAQUIM ROBALO SALVADO
JOAQUIM ROBALO SALVADO |
A sua primeira colocação foi como empregado comercial na firma de Álvaro Cruxinho, em Vila Cabral, onde se manteve durante seis anos, ao fim dos quais se estabeleceu sozinho, no comércio geral.
Faz parte do seu comércio, uma casa de modas, uma mercearia e papelaria,uma de ferragens e materiais de construção.
ESTABELECIMENTO DE ROBALO SALVADO |
Tem a trabalhar como seu colaborador,um irmão, além de sete empregados europeus JOAQUIM ROBALO SALVADO é casado, tem dois filhos. Igualmente pertence ao Conselho Legislativo de Vila Cabral,
MANUEL FRANÇA DE LIMA
MANUEL FRANÇA DE LIMA |
Procurando melhor oportunidade, partiu para a Zambézia,onde trabalhou durante cinco anos,procurando economizar durante esse tempo o necessário para poder realizar os seus sonhos.
Em 1957, ouvindo falar nas possibilidades do planalto de Vila Cabral, deixou a Zambézia com destino ao Niassa, onde se fixou na propriedade da firma Socigel, passando, alguns meses depois, para uma concessão que pedira, e assim se estabeleceu como agricultor, seu desejo de sempre.
PROPRIEDADE AGRÍCOLA DE FRANÇA DE LIMA |
Os três primeiros anos foram muito duros, de grandes lutas. Após seis meses de iniciados os trabalhos agrícolas, já FRANÇA DE LIMA tinha esgotado as suas economias, que eram de quarenta e seis contos. Esta quantia tinha sido gasta só nos trabalhos de derruba e capinagem dos terrenos.
Devido à sua enorme persistência e grande força de vontade, auxiliado por uns e encorajado por outros, conseguiu vencer todas as grandes dificuldades que se lhe depararam,passando, após anos negros de lutas, que a muitos quebraria o ânimo o desejo de prosseguir, a tirar, finalmente,os frutos da sua propriedade e do seu labor,
Devido à sua enorme persistência e grande força de vontade, auxiliado por uns e encorajado por outros, conseguiu vencer todas as grandes dificuldades que se lhe depararam,passando, após anos negros de lutas, que a muitos quebraria o ânimo o desejo de prosseguir, a tirar, finalmente,os frutos da sua propriedade e do seu labor,
EXPOSIÇÃO FEIRA DE VILA CABRAL EM 1963 |
A princípio trabalhou a terra à enxada, depois, a lavrá-la com uma junta de bois,o que tornava as culturas bastantes oneradas, com o pouco rendimento desse sistema. Hoje, com um tractor e respectivas alfaias, cultiva 100 hectares, com culturas de trigo,milho, grão, batata e outros.
Há dois anos antes, o rendimento da propriedade, nãoia além de oitenta contos. Actualmente possui, também,um estabelecimento comercial e tem uma moagem de milho e respectivos armazéns.
Há dois anos antes, o rendimento da propriedade, nãoia além de oitenta contos. Actualmente possui, também,um estabelecimento comercial e tem uma moagem de milho e respectivos armazéns.
FRANÇA DE LIMA, ACOMPANHADO PELOS GOVERNADOR GERAL SARMENTO RODRIGUES E PELO GOVERNADOR DO NIASSA MAJOR COSTA MATOS |
TEXTO RETIRADO DO LIVRO:
LIVRO DE OURO DO MUNDO PORTUGUÊS - Moçambique
VILA CABRAL, NOS ANOS DE 60 DO SÉCULO XX |
VILA CABRAL, capital do Distrito do Niassa, está situada a cerca de 1300 metros de altitude e a meia centena de kilómetros do Lago Niassa. O atraente e progressivo centro dos nossos dias teve a sua origem na antiga povoação de Lichinga, pertencente à Circunscrição de METONIA . Em 17 de Novembro de 1945, recebeu oficialmente a designação de Vila Cabral, numa homenagem ao antigo Governador-Geral José Ricardo Pereira Cabral. Por Portaria de 23 de Setembro de 1962 foi elevada à categoria de cidade, em reconhecimento do progresso verificado e da tenacidade de todos os que com a sua presença e trabalho preserverante, contribuíram para o desenvolvimento da capital do Distrito.
Hospital de Vila Cabral |
Com a extensão do caminho de ferro do Catur até à capital do distrito, mais um passo decisivo foi dado para a valorização da jovem cidade e do Concelho, cuja população era, pelo censo oficial de 1962 de 81.763 indivíduos.
De Vila Cabral irradiam as estradas que a ligam com Metangula e Maniamba e que entroncam na estrada que segue para Port Johnson, no Malawi. De Vila Cabral, as estradas estabeleceram também ligação para Nova Freixo, Nampula e litoral, que fica a cerca de 800 Kms de distância.
Pode dizer-se, do Distrito do Niassa, que é << uma terra nova que se encontra na fase de arranque para o progresso>> . O Distrito é receptivo às mais variadas actividades agrícolas: do algodão, em Omaramba e Marrupa, ao trigo nos planaltos, ao café, tabaco, leguminosas e fruteiras, estando a ser efectuados ensaios com soja, trigos e milhos.
PORTO ARROIO (Meponda em 1964 |
Está a ser encorajada, dada as condições favoráveis de que se reveste, a instalação de pequenas industrias: enlatados de frutas, salsicharia e lacticínios. Neste campo, prevê-se o aproveitamento industrial do Lago Niassa, em especial com a criação duma industria de pesca que terá os seus pontos de apoio em Metangula e Porto Arroio (Meponda) respectivamente a 120 e 60 Kms de Vila Cabral.
BASE NAVAL DE METANGULA NOS ANOS 60 DO SÉCULO XX |
AO CENTO O GOVERNADOR GERAL SARMENTO RODRIGUES. LADEADO PELO MAJOR COSTA MATOS E POR UM GRUPO DE COLONOS DE NOVA MADEIRA. |
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